Ex-advogado da Odebrecht diz que o esquema da empreiteira era muito maior
Rodrigo Tacla Durán era advogado da Odebrecht. Trabalhava no departamento da propina da empreiteira. Para escapar da Lava Jato, ele fugiu para a Espanha, país do qual tem cidadania. Ficou preso durante 72 dias na prisão de Soto del Real, será julgado em Madri e atualmente colabora com o Departamento de Justiça americano e a Promotoria Anticorrupção espanhola. Em entrevista ao El País, ele disse o seguinte...
Rodrigo Tacla Durán era advogado da Odebrecht. Trabalhava no departamento da propina da empreiteira. Para escapar da Lava Jato, ele fugiu para a Espanha, país do qual tem cidadania. Ficou preso durante 72 dias na prisão de Soto del Real, será julgado em Madri e atualmente colabora com o Departamento de Justiça americano e a Promotoria Anticorrupção espanhola.
Em entrevista ao El País, ele disse o seguinte:
— Que a Odebrecht subornou mais de mil pessoas no Brasil e em outras países, inclusive políticos e altos funcionários brasileiros cujos nomes ainda não apareceram;
— Que o Meinl Bank, em Antígua e Barbuda, comprado pela Odebrecht, não era banco coisa nenhuma, mas um escritório de fachada para repassar propina. Tinha só três empregados num pequeno escritório e a sua sede em São Paulo ficava no consulado de Antígua e Barbuda;
— Que a Banca Privada de Andorra (BPA), fechada em 2015, era encarregada dos pagamentos finais a Pessoas Politicamente Expostas. Recebia transferências do Meinl Bank;
— Que Luiz Eduardo Rocha Soares e Fernando Migliaccio, da Odebrecht, eram acionistas do Meinl Bank sem que a empreiteira soubesse;
— Que a Odebrecht manejava mais de uma centena de empresas em paraísos fiscais;
— Que a Odebrecht pagou muito mais do que os admitidos 2,5 bilhões de reais em subornos. Só o Meinl Bank, exclusivo da Odebrecht, teria movimentado 8,15 bilhões de reais;
— Que a Odebrecht pagou muitos mais do que os admitidos 1,12 bilhão de reais de propina no Brasil. “A empresas gastava 481 milhões de reais por ano em propina”.
Ah, sim, Durán disse também que a Odebrecht proporcionava festas com mulheres no Panamá e fotograva tudo para chantagear autoridades.
A Odebrecht tinha de ser fechada e os seus terrenos arados com sal.
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