Urgente: “Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem”, disse Bolsonaro em reunião ministerial
O STF divulgou há pouco um pedido sigiloso daAda para que Celso de Mello retire o sigilo somente de falas de Jair Bolsonaro ocorridas na reunião ministerial de 22 de abril. Na petição, a AGU transcreveu algumas falas do presidente que, no entender do órgão, são as que interessam diretamente ao inquérito...
O STF divulgou há pouco um pedido sigiloso da AGU para que Celso de Mello retire o sigilo somente de falas de Jair Bolsonaro ocorridas na reunião ministerial de 22 de abril.
Na petição, o órgão transcreveu algumas falas do presidente que, em seu entender, são as que interessam diretamente ao inquérito: uma na qual ele admitiria a intenção de “substituir o superintendente da PF no Rio, o diretor-geral e o ministro”; e outra em que demonstra insatisfação com relatórios de inteligência.
Na petição, a AGU transcreveu essas duas falas. Numa delas, Bolsonaro reclama da segurança no Rio de Janeiro:
“(…) Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o Ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira (…)”, disse Bolsonaro, segundo a transcrição da AGU.
Segundo o órgão, nesse momento, Bolsonaro citava uma notícia de que seu irmão teria ido a um açougue sem máscara em Registro (SP), na região do Vale do Ribeira — a notícia era falsa.
Cerca de 50 minutos antes, segundo a transcrição da AGU, Bolsonaro reclamou da falta de informações pela Polícia Federal, Forças Armadas e Abin:
“(…) Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a ABIN tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque está faltando realmente… temos problemas… aparelhamento, etc. A gente não pode viver sem informação. Quem é que nunca ficou atrás da… da… da… porta ouvindo o que o seu filho ou a sua filha tá comentando? Tem que ver pra depois… depois que ela engravida não adianta falar com ela mais. Tem que ver antes. Depois que o moleque encheu os cornos de droga, não adianta mais falar com ele: já era. E informação é assim. [referências a Nações amigas] Então essa é a preocupação que temos que ter: “a questão estratégia”. E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso –todos– é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade. (…)”
Na manifestação enviada a Celso de Mello, a AGU reforça que a segurança pessoal de Bolsonaro é feita pelo GSI, indicando que a fala não se referia a trocas na PF. E acrescenta que, em nenhum momento, Bolsonaro refere-se ou menciona indiretamente “superintendente”, “diretor-geral” ou “Polícia Federal”.
A AGU pediu a Celso de Mello que não sejam divulgadas as falas dos outros ministros, ocorridas antes e depois das declarações de Bolsonaro.
Afirma que eles discorrem sobre “assuntos os mais diversos, inclusive sobre políticas públicas em cogitação, seja como for, assuntos absolutamente estranhos ao objeto do presente inquérito, e alguns bastante sensíveis, aí incluídas análises e opiniões, pela ordem, da Autoridade Monetária e do Ministro das Relações Exteriores”.
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