Estados Unidos vão apoiar Israel contra o Hezbollah?
Autoridades norte-americanas já expressaram receios de que o sistema de defesa antimísseis Iran Dome de Israel pudesse ser sobrecarregado pelas primeiras grandes saraivadas de foguetes provenientes do Líbano
É pouco provável que os EUA consigam apoiar Israel numa guerra com o Hezbollah, como fizeram durante o ataque iraniano com drones em abril, ocasião em que os EUA interceptaram dezenas de mísseis e drones disparados contra Israel. A declaração foi feita pelo chefe do Estado-Maior dos EUA, Charles Q. Brown, nesta segunda-feira, 24 de junho, em Washington, conforme relata o Jerusalem Post.
Segundo Brown, é difícil abater os numerosos mísseis de curto alcance, que têm um tempo de alerta muito curto. Os EUA também teriam de defender as suas próprias forças armadas na região e uma intervenção do Irã ao lado do Hezbollah seria um risco adicional.
Na semana passada, autoridades norte-americanas já expressaram receios de que o sistema de defesa antimísseis Iran Dome de Israel pudesse ser sobrecarregado pelas primeiras grandes saraivadas de foguetes provenientes do Líbano.
A organização terrorista xiita Hezbollah construiu um arsenal de até 200 mil mísseis e drones com a ajuda do Irã. Muitas delas são armas de precisão tecnicamente avançadas.
Nos últimos dias, as tensões continuaram a crescer na fronteira israelo-libanesa, de onde os islamistas disparam foguetes contra Israel desde 7 de outubro.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reiterou no domingo, 23 de junho, que o seu país está à procura de uma solução diplomática, mas está se preparando para uma operação militar em grande escala contra o Hezbollah em breve.
O Irã, por sua vez, avisou de que qualquer ataque ao Hezbollah no Líbano teria consequências devastadoras para a região e que Israel seria o “derradeiro perdedor” numa guerra total.
Líderes mundiais em alerta
“Um movimento precipitado – um erro de cálculo – poderia desencadear uma catástrofe que vai muito além da fronteira e, francamente, além da imaginação”, afirmou na sexta-feira o secretário-geral das Nações Unidas aos jornalistas. “Sejamos claros: os povos da região e os povos do mundo não podem permitir que o Líbano se torne noutra Gaza”, acrescentou António Guterres.
O chefe da política externa europeia, Josep Borrell, disse nesta segunda-feira, 24, que o Oriente Médio estava perto de ver o conflito expandir-se para o Líbano poucos dias depois de o Hezbollah ter ameaçado Chipre, que é um país-membro da União Europeia.
O chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse na semana passada que nenhum lugar em Israel estaria seguro se uma guerra total eclodisse entre os dois inimigos, e também ameaçou pela primeira vez Chipre, membro da UE, e outras partes do Mediterrâneo.
“É absolutamente inaceitável fazer ameaças contra um Estado soberano da União Europeia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros grego, George Gerapetritis. “Apoiamos Chipre e estaremos todos juntos em todos os tipos de ameaças globais provenientes de organizações terroristas”.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que a situação entre Israel e o Hezbollah era muito preocupante e que ela viajaria para o Líbano em breve.“Uma nova escalada seria uma catástrofe para as pessoas da região”, disse ela.
“O risco desta guerra afetar o sul do Líbano e espalhar-se é cada dia maior”, disse Borrell aos jornalistas antes de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros no Luxemburgo.“Estamos às vésperas da expansão da guerra”.
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