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Ernesto Araújo e a pílula azul

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3 minutos de leitura 21.12.2021 09:00 comentários
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Ernesto Araújo e a pílula azul

Em 2021, depois de uma sucessão de trapalhadas, Ernesto Araújo foi sacrificado pelo presidente, em nome da manutenção de uma boa relação com o Congresso. Em janeiro, Jair Bolsonaro tentava de tudo para "derrotar" João Doria e aplicar a primeira dose de vacina no Brasil, ainda que tivesse menosprezado a compra de imunizantes em desenvolvimento contra a Covid desde o início da pandemia...

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Ernesto Araújo e a pílula azul
Foto: Adriano Machado/Crusoé

Em 2021, depois de uma sucessão de trapalhadas, Ernesto Araújo foi sacrificado pelo presidente, em nome da manutenção de uma boa relação com o Congresso.

Em janeiro, Jair Bolsonaro tentava de tudo para “derrotar” João Doria e aplicar a primeira dose de vacina no Brasil, ainda que tivesse menosprezado a compra de imunizantes em desenvolvimento contra a Covid desde o início da pandemia.

Para isso, o presidente contava com uma ajudinha da Índia, que enviaria 2 milhões de doses da Covishield.

No comando do Ministério das Relações Exteriores, Araújo garantiu que estava tudo certo para o envio dos imunizantes e até adesivou um avião para buscá-los. A medida irritou as autoridades indianas, que haviam pedido discrição.

Como O Antagonista revelou, a atuação diplomática desastrosa de Araújo levou o Brasil para o fim de uma lista com 69 países que tinham comprado as vacinas indianas. O prazo para recebê-las passaria a ser de 90 dias.

Assim, Bolsonaro e Araújo tiveram que assistir a Doria aplicando a “vacina chinesa” em São Paulo. Nos bastidores, o presidente culpou o ministro pelo atraso na entrega da Covishield.

Empresários brasileiros precisaram entrar em campo para que as doses fossem enfim liberadas.

Nos meses subsequentes, enquanto a vacinação engatinhava no Brasil, o governo brasileiro mendigava insumos chineses para a produção dos imunizantes. Ataques de Jair Bolsonaro e integrantes do governo à China dificultavam as relações.

Ernesto Araújo chegou a pedir a cabeça do embaixador chinês, Yang Wanming, como uma condição para negociar com a empresa Huawei sobre a implementação do 5G no Brasil.

Apesar do desgaste provocado pela sequência de desastres diplomáticos, o ministro foi mantido no cargo pelo presidente, até arrumar problema com o Centrão.

Em março, Araújo foi ao Twitter insinuar que a senadora Kátia Abreu estaria fazendo lobby pela Huawei no Brasil. Ela teria dito que o ministro seria “o rei no Senado”, se facilitasse a implementação da tecnologia chinesa no país. Kátia Abreu negou a acusação e chamou Araújo de “marginal”.

A acusação provocou a ira do Congresso, e Araújo foi abandonado até pelos bolsonaristas. O ministro anunciou sua saída, exigida por Bolsonaro. O discreto Carlos França foi escolhido para substituí-lo.

Semanas depois, Araújo fez uma série de críticas ao governo. Segundo ele, a gestão de Jair Bolsonaro foi “sequestrada pelo sistema” e “perdeu sua alma”. Para o ministro, o governo, que era “visionário”, transformou-se em uma “administração tecnocrática”.

Apesar das críticas, o ex-chanceler não abandonou a defesa doentia do presidente, como demonstrou em seu depoimento à CPI. Aos senadores, ele tentou negar seus ataques à China, tentou eximir Bolsonaro de qualquer responsabilidade e reiterou a acusação que fez a Kátia Abreu.

No relatório final da CPI, Renan Calheiros pediu o indiciamento de Araújo pelo crime de epidemia com resultado em morte.

Em novembro de 2021, o ex-chanceler afirmou, em um “congresso conservador”, que Jair Bolsonaro tomou a “pílula azul” da Matrix e acabou se tornando a base do Centrão.

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