ENTREVISTA: deputado revela pressões na reforma administrativa e diz que corporações são "minoria barulhenta" ENTREVISTA: deputado revela pressões na reforma administrativa e diz que corporações são "minoria barulhenta"
O Antagonista

ENTREVISTA: deputado revela pressões na reforma administrativa e diz que corporações são “minoria barulhenta”

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 10.09.2020 16:06 comentários
Brasil

ENTREVISTA: deputado revela pressões na reforma administrativa e diz que corporações são “minoria barulhenta”

O deputado federal Tiago Mitraud (Novo), presidente da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, ficou feliz que a proposta do governo tenha chegado ao Congresso ainda em 2020. Leia a entrevista...

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 10.09.2020 16:06 comentários 0
ENTREVISTA: deputado revela pressões na reforma administrativa e diz que corporações são “minoria barulhenta”
tiago-mitraud

O deputado federal Tiago Mitraud (Novo), presidente da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, ficou feliz que a proposta do governo tenha chegado ao Congresso ainda em 2020.

Em entrevista a O Antagonista, ele disse acreditar que, “dando um passo de cada vez”, o país poderá fazer ajustes necessários na administração pública.

Para Mitraud, o apoio da sociedade será fundamental para que as resistências das corporações do funcionalismo sejam vencidas. “Vai ter sempre uma minoria barulhenta”, afirmou.

O deputado também revelou ter conhecimento de que pressões impediram que a PEC enviada pelo governo Bolsonaro incluísse o Judiciário e tocasse no assunto do processo seletivo para comissionados.

Leia a entrevista:

O senhor gostou da reforma administrativa apresentada pelo governo? Não alcançar os atuais servidores faz dela uma reforma?

A última vez que o Bolsonaro tinha falado em reforma administrativa, ele havia sinalizado que o envio da proposta ficaria para 2021. Então, o primeiro ponto é dizer que o envio da reforma ainda em 2020, mexendo em pontos importantes, foi algo positivo.

Temo que ter em mente que a reforma administrativa, ao contrário das demais, tem uma complexidade própria e não será possível fazer tudo com uma PEC só. Já era esperado que a primeira proposta do governo não fosse conseguir resolver todos os problemas. O importante é abrir caminhos para outras mudanças. Teremos uma reforma bastante significativa, sim, dando um passo de cada vez.

Sobre abranger ou ou não os atuais servidores, a decisão de colocar os novos regimes jurídicos apenas para os novos servidores foi uma estratégia para impedir uma judicialização que poderia inviabilizar a aprovação da PEC. Por outro lado, quando a gente fala em vedações para servidores públicos, como férias de mais de 30 dias e aposentadoria compulsória como punição, não faz muito sentido deixar isso só para o futuro, sem incluir “membros de poder”.

O senhor acredita que será possível furar a resistência das corporações durante a tramitação?

Acho que sim. Essa resistência foi furada na reforma trabalhista e na reforma da Previdência. Havendo um bom alinhamento de parlamentares, como vejo que há, além de uma parcela da sociedade se mobilizando e pedindo a reforma, será possível.

Essas corporações, no fundo, são grupos pequenos. Tenho conversado com vários servidores que concordam com propostas de reforma administrativa, mas vai ter sempre uma minora barulhenta, que faz um barulho muito maior do que o que, de fato, essas pessoas representam.

O ponto da estabilidade tende a ser um dos debates mais acirrados. Por que discutir estabilidade provoca tanto arrepio?

A estabilidade não é um “manto sagrado”, mas também não é “bala de prata”. Precisamos chegar a um meio termo.

A estabilidade precisa ser vista como um instituto que protege o interesse público, não como um privilégio. E temos, sim, que proteger o servidores de serem coagidos por políticos querendo agir contra o interesse público. A estabilidade existe para garantir essa independência.

Agora, a estabilidade geral e irrestrita, como está previsto hoje, vai além do ponto e acaba gerando distorções. Mas a gente tem que entender que essa mudança não vai gerar, por si só, os ganhos significativos de eficiência que a máquina pública precisa. É um ponto.

Não há o grande risco de o jogo político massacrar o conteúdo da reforma e, no fim das contas, ser aprovado algo que não terá tanto efeito prático?

Existe risco, sim, sempre existe. A gente já sabia que haveria essa pressão para retirar o Judiciário da reforma. E esse ponto foi retirado. Também soubemos que já houve uma pressão política para que a proposta enviada pelo governo não contemplasse o processo seletivo para comissionados. Esse ponto também acabou saindo do texto. Esse jogo político vai, infelizmente, sempre existir. Cabe a nós fazermos a nossa parte. E à sociedade pressionar o Congresso para que a reforma seja ampla, justa e coerente.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Melinda Gates destina milhões para IA, mas reforça agenda woke

Visualizar notícia
2

Lula passará por novo procedimento, diz equipe médica

Visualizar notícia
3

Caiado aproveita inelegibilidade para reforçar candidatura em 2026

Visualizar notícia
4

Só vai sobrar Lula como elegível?

Visualizar notícia
5

BC reage a “cenário mais adverso” com mais um ponto na taxa de juros

Visualizar notícia
6

“Até cansou a vista”, diz Toffoli sobre próprio voto

Visualizar notícia
7

Khamenei faz primeiro pronunciamento após queda de Assad

Visualizar notícia
8

STF liga gerador de lero-lero sobre imunidade parlamentar

Visualizar notícia
9

Onélia: a quinta esposa de ministro de Lula em tribunais de contas

Visualizar notícia
10

Câmara aprova criação da ‘Estatal do Lira’

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Médicos reforçam que Lula deve ter alta na próxima semana

Visualizar notícia
2

Cidades rurais na Califórnia defendem separação e novo estado

Visualizar notícia
3

Bolsa Família 12/12: Como funciona o pagamento unificado em casos de emergência

Visualizar notícia
4

Dino não gostou da portaria do Planalto sobre emendas?

Visualizar notícia
5

Premonição 6: Filme ganha data de estreia no brasil

Visualizar notícia
6

ChatGPT 2 Anos: a revolução digital que mudou tudo

Visualizar notícia
7

Especialistas da ONU voltam a criticar ataques israelenses na Síria

Visualizar notícia
8

Concurso da Fatec oferece diversas oportunidades com salários de até R$ 7.000

Visualizar notícia
9

Kalil anuncia sucesso de novo procedimento em Lula

Visualizar notícia
10

Proteção contra golpes digitais: Como identificar sites falsos e se proteger

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

funcionalismo governo Bolsonaro Judiciário PEC da reforma administrativa reforma administrativa servidores Tiago Mitraud
< Notícia Anterior

Toffoli 'colocou STF na vanguarda do combate à desinformação', diz Gilmar

10.09.2020 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

PAPO Antagonista com Kajuru e Heni Ozi Cukier

10.09.2020 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Concurso público para área da medicina com salários de até 25 mil. Saiba como se inscrever

Concurso público para área da medicina com salários de até 25 mil. Saiba como se inscrever

Visualizar notícia
Quaest: popularidade dos governadores de direita não se abala

Quaest: popularidade dos governadores de direita não se abala

Visualizar notícia
Médicos reforçam que Lula deve ter alta na próxima semana

Médicos reforçam que Lula deve ter alta na próxima semana

Visualizar notícia
Bolsa Família 12/12: Como funciona o pagamento unificado em casos de emergência

Bolsa Família 12/12: Como funciona o pagamento unificado em casos de emergência

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.