Empresário do Porsche que causou acidente fatal é preso em SP
A prisão do empresário havia sido decretada pela Justiça na sexta-feira, 3, e ele era considerado foragido desde sábado
O empresário de 24 anos, Fernando Sastre de Andrade Filho, que dirigia o Porsche envolvido em um acidente que resultou na morte de um motorista de aplicativo e deixou outra pessoa ferida, foi preso, nesta segunda-feira, 6, em São Paulo. Ele se entregou à 5ª Seccional, localizada no bairro do Tatuapé, região onde ocorreu a colisão.
A prisão de Fernando havia sido decretada pela Justiça na sexta-feira, 3, e ele era considerado foragido desde sábado, 4, quando passou a ser procurado pelas autoridades. Agora, ele será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito e passará a noite na carceragem do 31º Distrito Policial, situado na Vila Carrão, informou reportagem do G1.
O pedido de habeas corpus em favor do motorista será avaliado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta terça-feira, 7. A defesa de Fernando fez o requerimento ao órgão no domingo, 5.
Pedido de prisão
O Ministério Público (MP) solicitou a prisão de Fernando sob a acusação de homicídio por dolo eventual, pois ele teria assumido o risco de matar o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, além da acusação de lesão corporal gravíssima, já que o amigo Marcus Vinicius Machado Rocha também ficou ferido no acidente.
Segundo laudo pericial da Polícia Técnico-Científica, Fernando estava dirigindo a uma velocidade de 114,8 km/h quando colidiu na traseira do Renault Sandero de Ornaldo. O limite de velocidade permitido para a via é de 50 km/h. O acidente ocorreu no dia 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, no bairro do Tatuapé. As câmeras de segurança registraram o momento da batida.
Testemunhas relataram à polícia que Fernando havia consumido bebidas alcoólicas antes de dirigir, porém o motorista negou ter bebido durante seu interrogatório. A promotora Monique Ratton, responsável por denunciar o empresário, afirmou que ele poderia voltar a cometer crimes semelhantes, pois já se envolveu em outros acidentes graves anteriormente, inclusive com vítimas.
Especialista em infrações de trânsito
O histórico de infrações de trânsito de Fernando revela multas por excesso de velocidade e participação em corridas ilegais. Além disso, ele teria influenciado sua namorada a depor a seu favor, desrespeitando uma das medidas cautelares impostas pela Justiça que proibia sua aproximação das testemunhas do caso.
Imagens das câmeras corporais dos policiais militares que atenderam à ocorrência mostram indícios de embriaguez por parte de Fernando. Entretanto, como os PMs não possuíam um etilômetro para realizar o teste do bafômetro, ele foi liberado sem passar pelo exame. A mãe do empresário aparece nas imagens convencendo os policiais a permitirem que ela levasse o filho a um hospital, alegando que ele estava ferido. Porém, ela não procurou atendimento médico.
A Corregedoria da Polícia Militar está investigando a conduta dos PMs envolvidos no caso. A prisão de Fernando foi determinada pelo desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça, representando a segunda instância da Justiça. O mérito do pedido será julgado posteriormente.
Três pedidos de prisão negados
Anteriormente, a Justiça de primeira instância havia negado três pedidos de prisão contra Fernando, sendo um temporária e dois preventivas. A Polícia Civil realizou buscas em diversos endereços relacionados ao empresário para cumprir o mandado de prisão, porém ele não foi encontrado em nenhum deles. As buscas estão sendo conduzidas por policiais do 30º Distrito Policial, localizado no Tatuapé.
A defesa de Fernando, composta pelos advogados Jonas Marzagão, Elizeu Soares de Camargo Neto e João Victor Maciel Gonçalves, afirmou que irá recorrer da decisão, pois considera desnecessária a prisão preventiva, uma vez que as oito medidas cautelares anteriormente impostas eram suficientes. O advogado Elizeu Camargo também informou que entrará com um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para pedir a revogação da prisão preventiva decretada pelo TJ de São Paulo.
A Polícia Técnico-Científica está aguardando a conclusão do laudo sobre a reconstituição do acidente. Peritos do Instituto de Criminalística utilizaram drone e scanner laser 3D para obter imagens que serão usadas em uma animação. A reprodução simulada, que receberá o nome técnico de reconstituição, será incluída no processo.
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