Em negociação com o PSC, Bolsonaro sinaliza que voltará ao partido
Na busca por um partido para chamar de seu e concorrer à reeleição no ano que vem, Jair Bolsonaro sinalizou nos bastidores sua intenção de voltar ao Partido Social Cristão, o PSC, partido ao qual foi filiado antes de pular para o PSL, em 2018. O projeto de criação da Aliança pelo Brasil fracassou. O Antagonista apurou que as conversas entre o presidente da República e lideranças do PSC estão ocorrendo discretamente...
Na busca por um partido para chamar de seu e concorrer à reeleição no ano que vem, Jair Bolsonaro sinalizou nos bastidores sua intenção de voltar ao Partido Social Cristão, o PSC, partido ao qual foi filiado antes de pular para o PSL, em 2018. O projeto de criação da Aliança pelo Brasil fracassou.
O Antagonista apurou que as conversas entre o presidente da República e lideranças do PSC estão ocorrendo discretamente, às vezes no Palácio do Planalto, outras no Palácio da Alvorada. Até aqui, os envolvidos estavam fazendo de tudo para a informação não vazar, temendo que as negociações fossem atrapalhadas por ruídos, como ocorreu com o Patriota.
O aval para que o partido abra as portas para Bolsonaro partiu da cadeia: o presidente nacional da sigla, Pastor Everaldo, está preso por corrupção na área da saúde no Rio de Janeiro desde agosto do ano passado e é o maior entusiasta da filiação do presidente da República. Ainda em 2016, Everaldo defendia que Bolsonaro fosse candidato ao Planalto pela sigla — na época, o então deputado federal estava no PSC.
Foi também em 2016, animado com a possibilidade de Bolsonaro ser “o candidato dos evangélicos” na eleição presidencial seguinte, que Everaldo, importante nome da Assembleia de Deus, mergulhou Bolsonaro nas águas do Rio Jordão (foto), em Israel, em um batismo evangélico, do qual também participou Carlos, o filho 02. Bolsonaro continua dizendo até hoje que é católico.
No PSC, as resistências a uma provável nova filiação de Bolsonaro são menores, se comparadas com as encontradas até aqui pelo presidente em outros partidos. O PSC é nanico no Congresso — tem um senador e 10 deputados federais –, seu presidente está preso e a avaliação majoritária é a de que “não há nada a perder” em receber o clã Bolsonaro e entregar tudo nas mãos da família.
A provável filiação tem o apoio dos dois governadores da sigla: Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Wilson Lima (Amazonas).
O deputado federal André Ferreira, do PSC de Pernambuco, confirmou ao site as conversas com o presidente, mas não quis dar detalhes, justamente para, segundo ele, não atrapalhar os planos. No mês passado, Ferreira foi alçado à função de vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara.
“Seria muito bom se Bolsonaro viesse. A gente vai recebê-lo. Vai ser muito bom”, limitou-se a dizer.
Quando perguntado se Bolsonaro poderia “mandar no PSC” — o que envolve o controle do fundo partidário, claro –, ele respondeu:
“Nada mais justo do que isso.”
Ferreira também afirmou que o PSC e Bolsonaro “têm muitas pautas em comum”. Vale lembrar que o vereador Carlos Bolsonaro trocou o PSC pelo Republicanos, seu atual partido, somente em março do ano passado, depois que Wilson Witzel, então governador do Rio e filiado ao PSC, rompeu de vez com Bolsonaro. Em delação premiada, o ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Santos disse que Pastor Everaldo era quem mandava na área no governo Witzel.
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