O atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), vai disputar o segundo turno contra o deputado federal Alberto Neto em uma eleição em que o candidato de Lula, o ex-vice-presidente da Câmara Marcelo Ramos, teve um desempenho pífio e ficou atrás até mesmo do neófito Amom Mandel (Cidadania).

Ao longo da campanha, houve uma disputa intensa dos candidatos de direita para se vincular ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

A proximidade do candidato do PL com senadores alinhados ao petismo, inclusive, foi explorada a exaustão por adversários do deputado federal no final do primeiro turno.

Em 2018, o senador Omar Aziz (PSD) – aliado histórico de Lula – foi um dos fiadores da eleição de Alberto Neto, com doações da ordem de R$ 18,5 mil em serviços ao candidato como compartilhamento de aeronave e produção de programas eleitorais.

Aziz, depois disso, se tornou um dos maiores críticos de Jair Bolsonaro ao longo da pandemia de Covid. Ele foi o presidente da CPI da Covid que investigou o ex-presidente e pediu o indiciamento do ex-chefe de Poder Executivo por nove crimes: prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

A doação de Aziz foi explorada na campanha eleitoral de Cidade. O senador ganhou um direito de resposta no programa de Cidade após a exposição dessa doação. Em suas redes sociais, Alberto Neto afirmou que “não há qualquer possibilidade de ter vínculo com o senador Omar Aziz”.

Contratos e apoio de Wilson Lima na mira da campanha

Na reta final da campanha pela prefeitura de Manaus, Cidade também foi questionado sobre o relacionamento entre empresas de sua família e o governador do estado, Wilson Lima. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Cidade é o nome do governador na disputa.

Apenas no ano passado, a empresa Navegação Cidade – que pretende ao pai do deputado – recebeu 61,2 milhões de reais do governo do estado. Foram contratos firmados com as secretarias de Educação e da Secretaria de Segurança Pública, Defesa Civil e Casa Militar. Cidade declarou que deixou a administração das empresas ainda em 2018, antes de ser eleito presidente da Assembleia.