Em jantar com Bolsonaro, PL celebra pesquisas, saída de Moro e falas de Lula
Ontem à noite, depois de ajudarem a derrubar, na Câmara, o requerimento de urgência do projeto de lei das fake news -- uma vitória do Planalto --, deputados antigos e, principalmente, os recém-filiados do PL, partido de Jair Bolsonaro, lotaram o restaurante Dom Francisco, especializado em bacalhau e com vista para o Lago Paranoá, em Brasília...
Ontem à noite, depois de ajudarem a derrubar, na Câmara, o requerimento de urgência do projeto de lei das fake news — uma vitória do Planalto –, deputados antigos e, principalmente, os recém-filiados do PL, partido de Jair Bolsonaro, lotaram o restaurante Dom Francisco, especializado em bacalhau e com vista para o Lago Paranoá, em Brasília.
O clima era de festa das boas. Comida e bebida à vontade e muitas gargalhadas e tapinhas nas costas nas rodas de conversa. Bolsonaro — que também deu uma passadinha durante a noite na casa de Ciro Nogueira, onde acontecia outra festa, para receber os novos filiados do PP — chegou ao restaurante quando praticamente todos os convidados já ali estavam: em menos de uma hora, cumprimentou um por um, gravou vídeos e tirou selfies sem pressa e não se sentou para comer.
Valdemar Costa Neto, de presidiário a líder do maior partido do Congresso, e Flávio Bolsonaro acompanharam o presidente. “O Carlos Bolsonaro? Não vi. Nunca vi o Carlos em confraternizações”, disse um deputado.
O principal motivo da confraternização era o desempenho do PL após o fechamento da chamada janela partidária, quando deputados podem trocar de partido sem serem punidos. A sigla do presidente da República conseguiu somar incríveis 77 parlamentares e se tornou, com folga, a maior bancada da Câmara — o PT, em segundo lugar, ficou com 56 deputados.
Entre as mordidas no bacalhau, os bolsonaristas — por ‘ideologia’ ou conveniência — também festejavam os fatos políticos dos últimos dias. Zombavam da Terceira Via (“Ninguém se entende ali, não vai ter espaço para eles”), caçoavam de Sergio Moro, ex-herói de muitos deles (“Eu torcia para ele se manter até o fim, para, no segundo turno, a gente pegar todos os votos dele, mas ele foi saído antes”) e comemoravam as recentes falas de Lula, sobre aborto e sobre “mapear endereço” de deputados, por exemplo (“Como conseguiu falar tanta bobagem em tão pouco tempo? É desespero”).
Bastante otimistas, parlamentares do partido do presidente faziam previsões de que o candidato à reeleição vai superar Lula nas intenções de voto já no próximo mês, em maio, e chegar a outubro à frente nas pesquisas (“Vamos chegar ao segundo já na frente”). Uma sensação de retomada econômica, sobretudo em razão da melhora significativa na situação da pandemia — a despeito da inflação –, era apontada no jantar como decisiva para o fôlego de Bolsonaro e o consequente clima de entusiasmo entre os apoiadores.
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