Em 2019, Bolsonaro derrubou emenda que poderia recriar Ministério da Segurança Pública
Em maio do ano passado, durante a tramitação da MP 870, que tratava da reforma administrativa do governo de Jair Bolsonaro, o senador Major Olímpio, líder do PSL, então partido do presidente da República, estava com uma emenda pronta para recriar o Ministério da Segurança Pública...
Em maio do ano passado, durante a tramitação da MP 870, que tratava da reforma administrativa do governo de Jair Bolsonaro, o senador Major Olímpio, líder do PSL, então partido do presidente da República, estava com uma emenda pronta para recriar o Ministério da Segurança Pública.
Chamado por Bolsonaro de “Posto Ipiranga da segurança pública”, Olímpio, porém, recebeu a ordem para não apresentar a emenda.
“A pedido do próprio Bolsonaro, que entrou em contato comigo, desisti da emenda. Ele disse que aquele era o projeto de reestruturação do governo [as pastas da Justiça e da Segurança Pública juntas] e pediu que eu desse uma força nisso, ainda mais porque eu era o líder do partido dele, isso seria um complicador. E o Bolsonaro sabia que eu, por ser da segurança pública, poderia, naquele momento, levar o Congresso a aprovar a emenda”, contou Olímpio a O Antagonista.
O senador afirmou que o fato de o ministro das duas pastas ser Sergio Moro foi determinante para que ele acolhesse a ordem de Bolsonaro.
Olímpio acrescentou que se, agora, o presidente decidir recriar o Ministério da Segurança Pública, deixará muito claro que se trata de uma retaliação ao Moro e criará uma “crise de credibilidade que não será perdoada pela opinião pública”.
“Vai ser extremamente desgastante para o presidente. A população não vai aceitar isso. O próprio presidente, o tempo todo, apregoa o sucesso dos indicadores de criminalidade. É inegável que o Moro encabeça isso. Não temos nenhum fato relevante que justifique a retirada de força do ministro, a não ser questões de ordem pessoal ou política, ciúmes de quem quer deliberadamente enfraquecer o Moro. É um jeito indireto de dizer: ‘Nós não queremos o Moro’.”
Olímpio ponderou que, se Bolsonaro se reeleger em 2022, será o primeiro a defender a recriação da pasta da Segurança Pública.
“Agora, neste momento, é retaliação para diminuir a imagem e a figura positiva que o Sergio Moro tem com a população brasileira. Moro é hoje a figura do país com maior credibilidade”, insistiu.
Para Olímpio, caso a cisão se concretize, o ex-juiz não vai aceitar a situação e poderá deixar o governo.
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