Eleições de 2024 se transformam em treino para 2026
PL de Jair Bolsonaro quer conquistar pelo menos 1,5 mil prefeituras e PT tem dificuldades inclusive na região nordeste neste ano
Com uma intensa participação de Jair Bolsonaro e uma atuação tímida de Lula nos palanques regionais, as eleições de 2024 são consideradas, por integrantes de partidos, uma espécie de ensaio para 2026.
E, dentro da direita, o surgimento de Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo complicou um cenário que naturalmente já era complexo. Se antes, a definição de transferência do espólio político de Jair Bolsonaro dependeria exclusivamente dele, agora, com o advento do fenômeno Marçal, nenhuma composição política da direita ocorrerá sem ter o ex-coach como protagonista neste processo.
Mas não só Marçal virou uma esperança de renovação. A ascensão meteórica de Cristina Graeml (PMB) na reta final do primeiro turno em Curtiba confirma a tese de que a direita não tem mais dono no país.
Em relação à esquerda, as pesquisas de intenção de voto mostram que o cenário nunca foi tão ruim para partidos como PSOL, PcdoB, PT e PSB. O partido de Lula não tem qualquer chance de vencer uma disputa por capital em primeiro turno e, mesmo naquelas em que lidera as pesquisas (Goiânia, Fortaleza e Teresina), não há qualquer garantia de vitória da sigla.
O PSOL deve perder sua única prefeitura em 2024 – mais especificamente Belém, hoje comandada por Edmilson Rodrigues – e o PSB deve manter apenas Recife, via João Campos. Essa vitória, neste caso, é fruto exclusivo do espólio político da família Campos.
Centrão olha com lupa eleição de 2024 de olho no fundão eleitoral de 2026
De olho em um quinhão cada vez maior do fundão eleitoral, os dirigentes partidários passaram a dar mais carinho a prefeitos e vereadores neste ano.
O PT, por exemplo, pretende fazer até 450 prefeituras. Já o PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto acredita que pode eleger até 1,5 mil prefeitos. Para isso, escalou o ex-presidente a fazer campanha em todo o Brasil. Ele viajou para estados como Pará, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Amazonas entre outros. Além de Bolsonaro, também foram alçados a condição de cabos eleitorais deputados federais como Nikolas Ferreira (MG) e Gustavo Gayer (GO).
O MDB quer conquistar mil prefeituras, mas tem dificuldades para chegar ao segundo turno em São Paulo, maior cidade do país. O PSD de Gilberto Kassab e o Republicanos de Marcos Pereira trabalham para emplacar em torno de 500 prefeituras.
O PSD foi o mais ousado nessa estratégia até o momento. Às vésperas do pleito deste ano, Kassab conseguiu atrair mais de 250 prefeitos para a sigla. Em 2020, o partido tinha 66 prefeituras. Agora, conta com aproximadamente 320. Boa parte desse plantel foi obtido por meio de migrações de tucanos insatisfeitos com a atual direção do PSDB.
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