É tudo culpa da Casa Civil
Ministério de Rui Costa foi responsabilizado pela Secom por números inflados divulgados pelo governo sobre a ajuda ao Rio Grande do Sul
A Secretaria de Comunicação do governo Lula responsabilizou a Casa Civil pela divulgação de números inflados sobre a ajuda prestada pela União às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Conforme resposta enviada à Câmara ao deputado Luiz Philipe de Orleans e Bragança (PL-SP) – leia a íntegra neste link -, a Secom informou que caberia à Casa Civil explicar, por exemplo, por qual motivo foram incluídos no cálculo da ajuda o volume de crédito concedido tanto por bancos públicos quanto por bancos privados.
“Esclarecemos que a informação solicitada está sob a responsabilidade da Casa Civil da Presidência da República, que coordena a Sala de Situação do tema”, disse a Secom, quando questionada sobre a “inclusão de linhas de crédito de bancos públicos e privados como ‘investimentos do governo federal’ no valor total de R$ 50,9 bilhões” às vítimas das enchentes.
“Assim, de forma a obter as respostas necessárias, e nos termos do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, sugerimos que o questionamento seja direcionado para o referido Ministério. Dessa forma, poderão ser fornecidas orientações detalhadas e esclarecer qualquer dúvida relacionada ao tema em questão”, acrescentou a Secom do governo Lula.
Em maio, como forma de aumentar a popularidade de Lula, o governo federal anunciou um megapacote de ajuda ao Rio Grande do Sul que, nos cálculos da União, chegaria a aproximadamente R$ 50 bilhões.
Entretanto, o governo de fato vai desembolsar apenas R$ 7,7 bilhões, conforme levantamento feito pela BBC Brasil. Os demais valores são referentes a antecipação de pagamentos que já estavam previstos em 2024 ou a liberação de linha de crédito de bancos públicos e privados.
Disputa de narrativas sobre fake news
No início de maio, deputados da oposição também criticaram iniciativa da Secom de mandar investigar contas em redes sociais por supostas notícias falsas relacionadas às ações de fiscalização de caminhões que levam doações ao Rio Grande do Sul.
Uma das principais polêmicas dizia respeito a uma reportagem exibida pelo SBT que afirma que caminhões com doações foram multados pela ANTT. O órgão, em um primeiro momento, negou a aplicação de multas; depois, disse que elas foram anuladas.
A deputada Caroline de Toni (PL-SC) afirmou que o governo em vez de se esforçar na reconstrução do Rio Grande do Sul estaria perseguindo parlamentares que teriam disseminado informações falsas sobre ações de fiscalização de caminhões levando doações para o estado.
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