Duplo twist carpado de Dias Toffoli
Os procuradores Carlos Fernando dos Santos e Diogo Castor de Mattos, da Lava Jato, compararam a decisão de Dias Toffoli de soltar Paulo Bernardo ao "duplo twist carpado" da ginasta Daiane dos Santos...
Os procuradores Carlos Fernando dos Santos e Diogo Castor de Mattos, da Lava Jato, compararam a decisão de Dias Toffoli de soltar Paulo Bernardo ao “duplo twist carpado” da ginasta Daiane dos Santos.
Eles comentaram na Folha de S. Paulo:
“E por qual motivo nos veio à mente uma relação tão pouco usual? Quem sabe pela ginástica jurídica que motivou a decisão, verdadeiro habeas corpus duplo twist carpado, libertando o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, preso preventivamente pela Justiça Federal de São Paulo com base em provas do recebimento de cerca de R$ 7 milhões em propina”.
E mais:
“A defesa de Paulo Bernardo ajuizou diretamente uma reclamação constitucional no STF, alegando que a investigação invadiu a competência da Suprema Corte, já que os fatos envolvendo Paulo Bernardo estariam umbilicalmente ligados à senadora Gleisi Hoffmann, sua mulher.
O detalhe, contudo, é que foi o próprio ministro Toffoli quem cindiu as investigações do casal, mantendo na Corte Suprema apenas o inquérito da senadora, com o envio da investigação contra Paulo Bernardo, que não tem foro privilegiado, para a primeira instância de São Paulo (apesar de a origem das investigações ter-se dado na Operação Lava Jato, em Curitiba).
Dessa forma, o que a defesa fez foi pedir uma ‘des-cisão’ sobre a separação já realizada pelo próprio STF, pedido que foi indeferido pelo relator.
Entretanto, na mesma decisão, o ministro Dias Toffoli, em apenas dois dias (segundo a Fundação Getulio Vargas do Rio, o mesmo ministro leva em média 29 dias para analisar pedidos liminares), sem oitiva do procurador-geral da República, concedeu habeas corpus em favor de Paulo Bernardo.
Aplicou um salto duplo twist carpado nas duas instâncias inferiores, os juízes naturais competentes, e nos inúmeros outros habeas corpus das pessoas ‘comuns’ que esperam um veredito há muito mais tempo.
Uma verdadeira ginástica jurídica, digna da medalha de ouro que nossa Daiane dos Santos não conseguiu obter. Em outras palavras, criou-se o foro privilegiado para marido de senadora”.
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