Dodge provoca Marco Aurélio: Países onde há prisão na 2ª instância são autoritários?
Ainda no pedido de suspensão imediata da liminar de Marco Aurélio Mello, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorda uma observação feita, em 2005, pela então ministra do STF Ellen Gracie, que disse que...
Ainda no pedido de suspensão imediata da liminar de Marco Aurélio Mello, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorda uma observação feita, em 2005, pela então ministra do STF Ellen Gracie, que disse que “em país nenhum do mundo, depois de observado o duplo grau de jurisdição, a execução de uma condenação fica suspensa, aguardando referendo da Corte Suprema”.
Dodge acrescenta que esse comentário é confirmado por amplo estudo realizado por Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, Mônica Nicida Garcia e Fábio Gusman, em que os autores, após analisar o tratamento dado ao tema por países como a Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Portugal, Espanha e Argentina, concluem que “a quase totalidade da comunidade internacional – incluindo países pioneiros na positivação e reconhecimento dos direitos fundamentais – interpreta a presunção de inocência de modo a compatibilizá-la com a necessidade de efetividade estatal na resposta ao crime”.
Raquel Dodge, então, faz a seguinte provocação:
“Ora, ainda que esse argumento comparativo tenha, como dito, caráter mais lateral, ele não deixa de conduzir à seguinte pergunta retórica: será que todos esses países que, mesmo tendo a presunção de inocência como princípio constitucional explícito ou implícito, admitem a execução provisória da pena, o fazem de modo autoritário e em afronta à Constituição?”
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