Diretor da OMS passa pano para governo Lula sobre dengue
Tedros Adhanom disse que crescente da dengue no Brasil faz parte do aumento de casos da doença em escala global
Em visita ao Brasil, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, passou um pano para o governo de Lula em relação ao aumento de casos de dengue no país.
Segundo Adhanom, a crescente alta em registros de dengue no Brasil faz parte de um grande aumento de casos da doença em escala global e que o país está fazendo seu melhor.
“O Brasil está fazendo seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.
O diretor-geral da ONU ressaltou que o fenômeno El Niño, associado ao aumento das temperaturas globais, tem contribuído para o aumento dos casos de dengue tanto no Brasil quanto no mundo. O diretor-geral da OMS também comentou sobre a importância da vacinação contra a doença e elogiou a capacidade do país em produzir insumos desse tipo.
A vacina esnobada pelo governo Lula
Em meio ao aumento de casos da doença em todo o país, no ano passado, o governo petista esnobou a vacina Qdenga, que agora será aplicada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Em julho de 2023, o Ministério da Saúde disse que a vacina contra a dengue produzida pelo laboratório japonês Takeda, autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na época, precisava de análise e que ela poderia demorar até um ano para ser incorporada ao sistema público.
O governo, em meio a recordes de casos da doença, preferiu priorizar uma vacina que está sendo produzida pelo Instituto Butantan desde 2009. O imunizante sequer teve a pesquisa finalizada e pode ser liberado pela Anvisa apenas em 2025.
Vacina era recomendada pela OMS
A OMS, dirigida por Adhanom, havia recomendado a vacina japonesa no ano passado. Hoje ele diz que o Brasil está fazendo o seu melhor, mas demorou para começar a vacinação.
Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar a vacina contra a dengue desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda A decisão foi baseada nas análises do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (SAGE).
A vacina da Takeda utiliza um vírus atenuado para estimular a resposta imunológica e demonstrou eficácia contra os quatro sorotipos do vírus da dengue em estudos realizados com crianças. Por isso, o SAGE recomenda que locais com alta carga e transmissão de dengue considerem a introdução da vacina.
Brasil teve recorde de mortes por dengue em 2023
Balanço do Ministério da Saúde, divulgado no mês passado, mostrou que o Brasil bateu recorde de mortes por dengue no ano de 2023. Ao todo, foram 1.079 mortes pela doença, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
De acordo com a série histórica divulgada pela pasta, o maior número de óbitos tinha sido registrado em 2022, quando chegou a 1.053 registros. Em seguida, vem o ano de 2015, com 986 mortes.
“O momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção por parte de todos para reduzir a transmissão das doenças. Para evitar o agravamento dos casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas”, disse a pasta em nota.
Diante destes dados e também do surto de dengue que vive o país, com o Distrito Federal e mais quatro estados em situação de emergência, fica evidente que a declaração do diretor-geral da ONU não é cabível. O governo petista demorou mais de um ano para acordar e tomar atitudes contra essa doença que mata centenas de pessoas todos os anos.
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