Direita mundial na avenida Paulista?
Circulam nas redes sociais notícias falsas dizendo que Donald Trump e Javier Milei virão ao Brasil em 25 de fevereiro participar do ato convocado por Jair Bolsonaro
Circulam nas redes sociais e em grupos de WhatsApp notícias falsas dizendo que lideranças da direita mundial, como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o presidente da Argentina, Javier Milei, e o empresário Elon Musk, virão ao Brasil em 25 de fevereiro participar do ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) em defesa do Estado Democrático de Direito.
Em um print compartilhado por apoiadores de Bolsonaro, o repórter “João da Silva” atribui a Thiago Sousa Pereira, presidente da Anac, e Rogério Amado Barzellay, presidente da Infraero, a confirmação de que o avião de Trump, pré-candidato republicano à presidência dos EUA, pousará no Aeroporto Internacional de Guarulhos no domingo, 25.
A Infraero divulgou a seguinte nota sobre o assunto:
“A Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil esclarecem que não é verdadeira a informação compartilhada nas redes sociais que atribui ao presidente da Infraero, Rogério Amado Barzellay, e ao diretor-presidente da Anac, Thiago Sousa Pereira, a confirmação de que o avião do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pousará no Aeroporto Internacional de Guarulhos no próximo dia 25. Ademais, a Infraero não administra o Aeroporto de Guarulhos desde julho de 2012 e a Anac não é a responsável por confirmar esse tipo de informação.”
Nem aliados de Bolsonaro confirmaram presença
Embora os nomes mencionados na fake news tenham alguma proximidade com Bolsonaro, nenhum deles aventou a possibilidade de vir ao Brasil participar da passeata promovida pelo ex-presidente em seus perfis nas redes sociais.
Como mostrou O Antagonista, alguns aliados de Bolsonaro já afirmaram que não estarão presentes no ato, como as senadoras Tereza Cristina (PP-MS) e Damares Alves (Republicanos-DF).
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que, após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, conclamou os atuais comandantes das Forças Armadas a não se omitirem contra a “condução arbitrária de processos ilegais”, disse, por meio da assessoria, que não iria comentar o ato convocado por Bolsonaro.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), não se pronunciaram sobre o assunto.
Os governadores, Cláudio Castro (PL-RJ), Mauro Mendes (União Brasil-MT), Marcos Rocha (União Brasil-RO), Ratinho Junior (PSD), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Wilson Lima (União Brasil-AM) também não responderam se irão ao ato.
Os governadores de Roraima, Antonio Denarium (PP) e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), não irão comparecer.
O ato de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou uma passeata na avenida Paulista, em São Paulo, para o último domingo de fevereiro, dia 25.
“No dia 25, às 15h, estarei na Paulista realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito”, disse Bolsonaro em vídeo divulgado na segunda-feira, 12.
Vestindo a camisa da seleção, o ex-presidente pediu que todos que compareçam venham vestidos de verde e amarelo.
Ele também lançou um alerta, por medo de represália legal: “Mais do que isso não apareçam com faixa ou cartaz contra quem quer que seja”.
“Nesse evento, eu quero me defender de todas as acusações que tem sido imputadas contra a minha pessoa nos últimos meses”, afirmou Bolsonaro em referência às associações entre ele e uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas urnas em 2022.
“Mais do que um discurso, uma fotografia de todos vocês, porque vocês são as pessoas mais importantes desse evento para mostrarmos a nossa união e as nossas preocupações que queremos: Deus, pátria, família e liberdade”, acrescentou.
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