Dino sobre ‘Gilmarpalooza’: “Talvez no Brasil fosse impossível fazer”
Ministro do STF encontrou um motivo para justificar a realização fora do Brasil do fórum jurídico promovido pelo colega Gilmar Mendes em Lisboa há 12 anos
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino (foto) encontrou um motivo para justificar a realização fora do Brasil do Gilmarpalooza, como ficou conhecido o fórum jurídico promovido pelo colega Gilmar Mendes em Lisboa há 12 anos.
Durante participação em painel intitulado “Jurisdição constitucional e separação dos poderes” no Fórum Jurídico de Lisboa, nesta sexta-feira, 28, o “ministro com a cabeça política” indicado por Lula tratou de 10 teses, entre elas uma sobre a judicialização da política, que definiu como “o maior sucesso dos últimos tempos da última semana”.
Dino fez uma defesa do ativismo judicial nas cortes constitucionais, e foi contraditado pelos outros quatro participantes do painel: dois brasileiros e dois estrangeiros (isso ainda será tema para análise detalhada em O Antagonista). O ministro também defendeu os colegas Gilmar e Alexandre de Moraes, que “fazem o que fazem porque eles são a expressão do colegiado” (esse é outro assunto que passará por análise mais detida neste site) e lamentou que “talvez fosse impossível” promover um encontro como o Gilmarpalooza no Brasil.
“Visão exdrúxula“
Dino reclamou de uma “visão anômala, esquisita, exdrúxula, eu diria, [de] ver hoje, em parte da sociedade brasileira, que sentarem no mesmo auditório advogados, professores, empresários, acadêmicos, magistrados seria algo negativo”. Para ele, “soa muito mal”, porque “parece uma reminiscência de um tempo em que os magistrados se fechavam no insulamento negativo para sua própria reflexão sobre seu papel e sobre sua legitimidade”.
Na verdade, o problema não é que todos se encontrem no mesmo auditório, mas que o façam em outros países, às custas do erário, e que ministro do STF se encontrem também em jantares e eventos a portas fechadas promovidos por empresários que têm interesses sob julgamento no tribunal.
“Confrontação física“
Ao argumentar a favor do ativismo judicial, o ministro do STF, que até outro dia participava de embates acalorados no Congresso Nacional, provocando os opositores do governo como ministro da Justiça de Lula, disse que “o parlamento brasileiro vive um momento em que a confrontação física se tornou inclusive método ordinário, no duplo sentido da palavra, de disputa política”.
“E isso faz com que os temas não sejam resolvidos, porque não há ambiente. Às vezes, Gilmar, perguntam, meu amigo [corregedor-nacional de Justiça Luís Felipe] Salomão, por que fazer este fórum em Lisboa. Eu respondo a vocês: porque talvez no Brasil fosse impossível fazer, infelizmente”, arrematou Dino, para os aplausos da plateia.
Assim como fez o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ao lamentar que os ministros do tribunal tenham de andar com “reforço de segurança“, Dino também ignorou como os próprios juízes supremos colaboraram para esse quadro de tensão, e ainda o fez sob o argumento de estarem ajudando a mediar conflitos que os políticos brasileiros não estariam mais conseguindo solucionar.
Enquanto só se enxergar como solução, o STF não vai contribuir para resolver nada.
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Comentários (8)
Luis Eduardo Rezende Caracik
2024-06-28 14:01:35Tem razão o Ministro. Não daria para fazer no Brasil. Mas dadas as qualidades e características dos integrantes e convivas, dá para fazer no Paraguai com certeza. E sairia mais barato...
Rogério Schwinden
2024-06-28 13:56:19BLA, BLA, BLA DE BANDIDO JUSTIFICANDO A BANDIDAGEM DA QUADRILHA DE BANDIDOS QUE TOMOU CONTA DO BRASIL. CORJA DE FILHOS DAS PUTAS!!!
Luiz Filho
2024-06-28 13:47:25As obscenidades são ilimitadas. Não só aceitas como incentivadas. E depois reclamam de ter aumento de segurança, das vaias e dos ovos eventualmente presenteados
Andre Luis Dos Santos
2024-06-28 13:17:28Problema e so quando procuradores se encontram ou trocam mensagens com juizes de primeira instância. Esses ministros de cortes superiores e os empresários bilionários que tem processos e interesses nas cortes superiores, e as bancas de advogados bilionários garantistss, sao seres iluminados e de reputação ilibada, então é normal eles se encontrarem. Imagina que irao "tirar vantagem" do encontro. Jamais. E foda. Não dá pra saber o que eles conversam, mas certamente sabemos a profissão de suas maes. PQP 🤬
Paulo Pires
2024-06-28 12:48:20Nossas "zelites" públicas & privadas têm dificuldade de compreender que o Estado não é uma extensão da sua casa. O povo que coma brioches!
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2024-06-28 12:45:46A putaria é tão escancarada que o obsceno é dito com todas as palavras
Eduardo
2024-06-28 12:34:32Comovente...
Eduardo
2024-06-28 12:34:07Ação entre amigos. Todos se preocupando e se sacrificando pelo Brasil...