A ministra da Saúde, Nísia Trindade, tentou colocar panos quentes ao comentar a saída de Ana Moser do Ministério do Esporte. A ex-jogadora de vôlei foi vítima da reforma ministerial de Lula, que entregou seu posto ao deputado André Fufuca (PP-MA), do Centrão.

Em entrevista a O Globo, Nísia disse que o petista não fez um movimento para diminuir mulheres. “O presidente sempre afirma a importância da nossa participação. O fundamental é, nesse momento, que o trabalho da Ana Moser foi maravilhoso, e que é muito importante esse espaço para nós ministras mulheres“, disse a ministra da Saúde.

Ela tentou minimizar a questão, atribuindo a troca a “dificuldades da política“.  E completou: “Continuaremos, as ministras mulheres, a trabalhar pela ocupação de espaços“.

Nísia não foi única ministra mulher a se manifestar sobre a demissão de Ana Moser. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves (PT), publicou nas redes sociais que a ex-ministra “atuou incansavelmente pela valorização do futebol feminino e pela igualdade entre atletas mulheres e homens. Tenho certeza que nos encontraremos em futuras parcerias!”.

Com trajetória admirável, @anabmoser recuperou o papel social transformador do esporte em 8 meses de governo. Atuou incansavelmente pela valorização do futebol feminino e pela igualdade entre atletas mulheres e homens. Tenho certeza que nos encontraremos em futuras parcerias!

— Cida Gonçalves (@CidaMulheres) September 7, 2023

Moser lamentou a demissão. “Esta gestão vê com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal, mas entende que este caminho apenas começou a ser trilhado”, disse em mensagem divulgada ontem à noite, na qual que descreve o encontro em que Lula lhe comunicou “da decisão do governo de mudança iminente no comando do Ministério do Esporte”.

Ela foi a segunda mulher demitida de um cargo de primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios em oito meses de gestão do governo petista. Daniela Carneiro foi desalojada do Ministério do Turismo para dar lugar a um homem, o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA), em julho.