A Secretaria de Saúde do Distrito Federal anunciou, nesta quinta-feira, 1°, que a Aeronáutica autorizou a instalação de um hospital de campanha para tratar os casos de dengue.

Ainda não há definição sobre a data ou o local exato para a construção da unidade, mas a Secretaria informou que a região de Ceilândia, Sol Nascente e Pôr do Sol é a mais provável para abrigar o hospital, já que concentra 40% dos casos de dengue na capital.

Segundo reportagem do G1, o governo do Distrito Federal reconhece que sozinho não consegue enfrentar essa questão da dengue. Com o aumento significativo do número de casos da doença, que já soma 29.492 notificações desde dezembro de 2023 até janeiro deste ano, e seis mortes registradas no mesmo período, é necessário contar com apoio e recursos extras para lidar com essa situação.

Sobrecarga no sistema de saúde

A preocupação do governo é com a sobrecarga do sistema de saúde, visto que o aumento de casos em relação ao mesmo período do ano anterior é alarmante: 920,5%. Diante desse cenário, a instalação do hospital de campanha se torna uma medida urgente e necessária.

As regiões mais afetadas pela dengue no DF são Ceilândia, com 3.963 casos; Sol Nascente/Pôr do Sol, com 1.110 casos; Brazlândia, com 1.045 casos; e Samambaia, com 997 casos. Além disso, foram registradas duas mortes em Ceilândia, uma na Estrutural, duas no Guará e uma no Lago Sul.

Vacina contra a dengue

Para combater a dengue de forma preventiva, o Ministério da Saúde confirmou que o Distrito Federal receberá doses da vacina Qdenga, que será administrada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos a partir deste mês. Essa faixa etária concentra o maior número de hospitalizações pela doença no Brasil.

Vacina do Butantan, 79% contra a dengue

O Instituto Butantan, em parceria internacional, está desenvolvendo uma vacina contra a dengue há mais de 10 anos. Segundo um estudo científico publicado na revista New England Journal of Medicine, o imunizante apresenta uma eficácia geral de 79,6% na prevenção da doença.

Os resultados do estudo foram baseados em um acompanhamento de três anos com mais de 16 mil indivíduos de todo o Brasil. A eficácia da vacina mostrou-se positiva tanto em pessoas que já haviam contraído a doença anteriormente (89,2%) quanto naquelas que nunca tiveram contato com o vírus (73,6%).

Além disso, a vacina se mostrou altamente eficaz na redução do risco de contrair dengue sintomática causada pelos sorotipos 1 e 2 da doença. O imunizante é projetado para proteger contra os quatro tipos diferentes do vírus da dengue.

Após titubear, SUS prevê vacinação contra dengue neste mês

O Ministério da Saúde divulgou que 521 municípios brasileiros foram escolhidos para dar início à vacinação contra a dengue por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro.

As cidades fazem parte de um total de 37 regiões de saúde que são consideradas endêmicas para a doença, conforme informado pela pasta.

Essas regiões foram selecionadas com base em três critérios: são compostas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; apresentaram alta transmissão de dengue no período de 2023-2024; e têm maior prevalência do sorotipo DENV-2. De acordo com a lista divulgada, 16 estados e o Distrito Federal possuem cidades que atendem a esses requisitos.