Despenca confiança dos aliados de Lula na Câmara
Para 47% dos deputados, chances de o governo aprovar o que pretende na Câmara são altas; em agosto de 2023, essa proporção era de 56%. Queda diz respeito principalmente à confiança dos governistas
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 22, indica que piorou a popularidade de Lula na Câmara dos Deputados. E alguns detalhes do levantamento são ainda mais preocupantes para o petista do que a alta de 9 pontos percentuais na avaliação negativa de seu governo entre os deputados.
A pesquisa, que ouviu 183 dos 513 deputados federais (35% deles) entre 29 de abril e 20 de maio e tem margem de erro de 4,8 pontos percentuais, indicou queda na avaliação sobre as chances de Lula aprovar sua agenda de governo na Câmara. E o grande baque foi entre seus próprios aliados.
Para 47% dos deputados, as chances de Lula aprovar o que pretende na Câmara ainda são altas, mas em agosto de 2023, essa proporção era de 56%. A queda diz respeito principalmente à confiança dos governistas, que foi de 87% para 71% nos últimos nove meses (veja os detalhes abaixo).
Direção errada
Outro dado que chama a atenção é o que indica que, para a maioria dos deputados, o Brasil está indo na direção errada. Em agosto, 42% por parlamentares consultados pensava assim, contra 52%. Agora, são 52% os que questionam os rumos ditados pelo Palácio do Planalto.
“Essa mudança de percepção aconteceu, principalmente, entre os deputados que se auto-classificam como independentes, um grupo majoritariamente aliado a[o presidente da Câmara, Arthur] Lira e que corresponde a 26% do plenário da Câmara”, analisou o diretor da Quaest, Felipe Nunes.
Outra má notícia para Lula: o ano legislativo já está acabando. “Se quiser ver alguma agenda aprovada, é bom o governo agir rápido. 80% dos deputados dizem que estarão muito envolvidos com as eleições municipais, o que deve esvaziar o plenário em Brasilia já em julho”, alertou Nunes.
Nem tão satisfeitos
O diretor da Quaest também chamou a atenção para o fato de que subiu de 20% para 27% o percentual de deputados que afirmam que o governo lhes dá a atenção devida. Mas isso ocorreu entre os governistas principalmente, enquanto os parlamentares independentes ficaram mais insatisfeitos: subiu de 67% para 83% aqueles que consideram que recebem menos atenção do que merecem.
É nesse contexto que os deputados se encaminham para a sucessão de Lira no comando da Câmara. E no qual o governo Lula tenta viabilizar sua pauta econômica para salvar algo das promessas de responsabilidade fiscal — aliás, 80% dos deputados dizem que o governo não vai cumprir a meta de déficit zero prometida para este ano.
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