Desoneração da folha: CUT passa pano para o governo Lula
Para surpresa de zero pessoas, a Central Única dos Trabalhadores, braço sindical ligado ao PT, resolveu amenizar as críticas ao governo Lula pelo veto à prorrogação da desoneração da folha de pagamento...
Para surpresa de zero pessoas, a Central Única dos Trabalhadores, braço sindical ligado ao PT, resolveu amenizar as críticas ao governo Lula pelo veto à prorrogação da desoneração da folha de pagamento.
A manifestação da CUT é contrária a de outras entidades sindicais, como a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT). Estas afirmaram, em nota oficial, que a decisão de Lula coloca “milhões de empregos em risco”.
Em sua nota oficial, a CUT declarou que o veto vai proporcionar um “melhor debate” sobre o assunto. A entidade ainda endossou a narrativa governista de que a desoneração – embora criada no governo Dilma Rousseff – não trouxe os empregos esperados inicialmente.
“A desoneração da folha da forma como foi aprovada pelo Congresso Nacional não estabeleceu nenhum tipo de garantias ou contrapartidas que empregos e direitos seriam mantidos enquanto o incentivo fiscal vigorasse”, disse o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
“O veto do presidente Lula ao projeto de lei que prorrogava a desoneração nos traz a oportunidade de melhor debatermos esse assunto e, na continuidade dos debates da reforma tributária, encontrarmos um melhor caminho na direção de um sistema tributário mais justo e progressivo, que beneficie a sociedade brasileira como um todo e não setores específicos”, acrescenta.
Leia a nota na íntegra:
A CUT defende que todas as medidas que afetam a classe trabalhadora sejam amplamente discutidas e negociadas entre as partes envolvidas. A desoneração da folha da forma como foi aprovada pelo Congresso Nacional não estabeleceu nenhum tipo de garantias ou contrapartidas que empregos e direitos seriam mantidos enquanto o incentivo fiscal vigorasse.
A defesa intransigente da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores sob o argumento da proteção de empregos não se sustenta e significa a retirada de recursos que financiam a Previdência Social, que passou por profunda reforma, em 2019, sob o argumento de que faltavam recursos para o seu financiamento.
Ao longo do tempo em que vigorou a desoneração da folha, as empresas beneficiadas não se comprometeram nem ao menos em manter os níveis de emprego. Desde que foram desonerados em 2011, os 17 setores mantiveram seus movimentos de contratação e demissão vinculados às variações do mercado.
O veto do presidente Lula ao projeto de lei que prorrogava a desoneração nos traz a oportunidade de melhor debatermos esse assunto e, na continuidade dos debates da reforma tributária, encontrarmos um melhor caminho na direção de um sistema tributário mais justo e progressivo, que beneficie a sociedade brasileira como um todo e não setores específicos.
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