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Desastre em câmera lenta

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 08.12.2023 14:42 comentários
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Desastre em câmera lenta

O afundamento de 20% do território de Maceió, capital de Alagoas, devido à extração de sal-gema pela petroquímica Braskem, é uma tragédia que se desenrola em câmera lenta, evidenciando os efeitos da impunidade e de falhas de fiscalização, diz Crusoé...

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Desastre em câmera lenta
Foto: Jonathan Lins / Prefeitura de Maceió

O afundamento de 20% do território de Maceió, capital de Alagoas, devido à extração de sal-gema pela petroquímica Braskem, é uma tragédia que se desenrola em câmera lenta, evidenciando os efeitos da impunidade e de falhas de fiscalização, diz Crusoé.

“Nisso, ela difere dos desastres de Mariana (MG) e Brumadinho (MG), que deixaram seus rastros de devastação em poucos instantes. Também há diferença no fato de que em Maceió não há mortes, a despeito dos quase 60 mil desalojados, enquanto os dois incidentes com barragens de mineração causaram 19 e 270 vítimas, respectivamente. Ainda assim, todos os casos pertencem à mesma família. De um lado, há grandes empresas que cavam o solo e menosprezam os riscos de sua atividade. De outro, agências reguladoras e órgãos de fiscalização, no mínimo, negligentes. Os políticos, por sua vez, chegam tarde, mais preocupados em se eximir de qualquer responsabilidade.”

“Em 29 de novembro, a prefeitura de Maceió decretou estado de emergência em toda a cidade. Dois dias mais tarde, a Defesa Civil de Alagoas divulgou um novo mapa das áreas que sofrem risco de colapso. Algumas tiveram seu nível de alerta aumentado e outras, adjacentes, passaram a ser monitoradas. Mutange, Bebedouro e Pinheiro já haviam se tornado, no todo ou em parte, bairros fantasmas. Agora, habitantes de Bom Parto foram orientados a deixar suas casas e moradores de Farol podem ter o mesmo destino. Isso acontece porque o solo ao redor de um dos pontos de mineração da Braskem, localizado num antigo campo do CSA, o time de futebol mais popular de Alagoas, começou a afundar de maneira acelerada. Na última quarta-feira, 5, o ritmo era de 27 milímetros por hora, ou 6,2 centímetros a cada 24 horas. As consequências de um desabamento são imprevisíveis. Podem ficar restritas às imediações ou se espalhar por áreas vizinhas, num efeito em cadeia.”

“A calamidade provocada pela mineração em Maceió começou a se tornar evidente em fevereiro de 2018, depois de alguns dias de chuvas intensas. Os moradores de Pinheiro, um bairro tradicional da cidade, observaram fissuras no chão e rachaduras nos prédios. No mês seguinte, um abalo sísmico de magnitude 2,4 foi sentido no local, causando a interdição de ruas e casas. Os bairros de Mutange e Bebedouro também relataram danos e um inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público para apurar as causas do tremor de terra e monitorar a situação. Em maio de 2019, um estudo realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) ficou pronto e confirmou as suspeitas: a extração de sal-gema de 35 poços na região da Lagoa Mundaú ‘interferiu diretamente na trama estrutural’ do subsolo, causando a “subsidência” (ou afundamento) da superfície, com risco real de colapso.”

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