Nesta semana, os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União-SE) realizaram uma viagem a Buenos Aires com o objetivo de participar de um evento promovido pela deputada argentina Maria Celeste Ponce, aliada do presidente Javier Milei.

Durante a visita, os parlamentares bolsonaristas fizeram um apelo para que os brasileiros considerados foragidos após os ataques golpistas de 8 de janeiro sejam recebidos como exilados políticos.

Condenados foragidos

Segundo informações do portal Uol, indivíduos condenados ou investigados por envolvimento nos ataques de 2023 teriam rompido as tornozeleiras eletrônicas que utilizavam por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e fugido do país.

De acordo com o site, os fugitivos teriam se dirigido para a Argentina ou para o Uruguai. Após a divulgação do caso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a inclusão dos foragidos na difusão vermelha da Interpol.

O dizem os deputados

Marcel Van Hattem compartilhou trechos de uma entrevista concedida a uma rádio argentina em seu perfil no Instagram. Todos os parlamentares destacaram o caso como uma forma de censura:

“Já estivemos nos Estados Unidos, na Europa, em diversos fóruns e agora aqui na Argentina para falar sobre os perseguidos políticos, muitos dos quais estão aqui no país, e que não são criminosos. Pelo contrário, são pessoas que têm opiniões contrárias à criminalidade, especialmente na política, e que hoje são condenadas no Brasil a passar anos na prisão. É por isso que estamos aqui no Congresso argentino para pedir ajuda ao governo e aos deputados, para que essas pessoas possam viver em liberdade“, afirmou Van Hattem.

Eduardo Bolsonaro também fez diversas publicações em suas redes sociais sobre a visita, que ocorreu na quarta e quinta-feira. Segundo o parlamentar, há uma perseguição aos críticos de Lula no Brasil.

O perfil da advogada Carolina Seabra, representante de alguns dos condenados pelos ataques golpistas, afirmou que representou os foragidos no congresso.

Foragidos na Argentina

Pelo menos seis dos condenados podem estar no país vizinho. É o caso do músico Ângelo Sotero, de 59 anos, que foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa em novembro pelo plenário do STF.

De acordo com informações do Uol, seu advogado, Hemerson Barbosa, revelou que Sotero fugiu para a Argentina em abril, após romper a tornozeleira eletrônica que utilizava.

Também teriam fugido para a Argentina o corretor Gilberto Ackermann, de 50 anos, condenado a 15 anos de prisão; Raquel de Souza Lopes, de 51 anos, condenada a 16 anos e seis meses de prisão; o empresário Luiz Fernandes Venâncio, de 50 anos, que ainda não foi julgado; Rosana Maciel Gomes, de 50 anos, condenada a 14 anos de prisão; e o pedreiro Daniel Luciano Bressan, de 37 anos.

Já Alethea Verusca Soares, de 49 anos, condenada a 17 anos de prisão, teria fugido para o Uruguai, saindo de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Posteriormente, ela teria se dirigido para a Argentina.