Um grupo de 41 parlamentares da base bolsonarista apresentou nesta quarta-feira, 1º, uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a Procuradoria Geral da República (PGR) investigue o deputado federal André Janones (Avante-MG; foto). A acusação se baseia na declaração de Janones de que promoveu informações falsas durante a campanha eleitoral de 2022, com o objetivo de “desestabilizar” o então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

A declaração de Janones está contida no livro “Janonismo cultural: o uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil”, que será lançado em 20 de novembro. O deputado desistiu de sua própria candidatura para apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre os episódios nos quais Janones admite ter compartilhado conteúdo falso, estão menções a um celular do falecido ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março de 2020, e a fake news de que Fernando Collor receberia um cargo na Esplanada em caso de vitória bolsonarista.

A notícia-crime alega que Janones cometeu o crime previsto no artigo 323 do Código Eleitoral ao divulgar notícias sabidamente falsas nas redes sociais para influenciar o eleitorado.

O livro, com 176 páginas divididas em 12 capítulos, revela a admissão de Janones de ter inventado estar em posse do celular de Bebianno pouco antes do último debate da TV Globo antes do segundo turno das eleições de 2022, na tentativa de abalar emocionalmente Bolsonaro. O ex-ministro havia conquistado a confiança de Bolsonaro durante a campanha de 2018, mas saiu do governo nos primeiros meses da gestão.