Deputado vai apresentar PL para barrar interferência política na PF
Para tentar barrar as indicações políticas na PF, parlamentar sugere que diretor-geral saia de lista tríplice
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) pretende apresentar, ainda em fevereiro, um projeto de lei para barrar interferências políticas na Polícia Federal.
Segundo o que revelou a Crusoé nesta sexta-feira, a PF, o governo Lula tem atuado para minar os delegados ligados à Operação Lava Jato e os identificados ao bolsonarismo. Para Sanderson, a PF deve ser um órgão livre de qualquer tipo de interferência política.
Para tentar barrar as indicações políticas, o parlamentar vai sugerir uma proposta para que o diretor-geral da PF precise atender a alguns critérios, como não ter atuado como assessor parlamentar ou auxiliar direto de presidente da República ou agente político, ter sido superintendente regional ou ser escolhido por meio de lista tríplice ou quíntupla a partir de eleição interna da própria PF.
O atual diretor-geral da PF trabalhou na segurança da ex-presidente Dilma Rousseff e nunca atuou como superintendente regional do órgão.
Como se reduzir a interferência política na PF?
Para o parlamentar, esses critérios podem reduzir bastante qualquer tipo de interferência no órgão. Sanderson aponta como um exemplo a ser seguido o ex-diretor-geral Leandro Daiello Coimbra, que foi o mais longevo ocupante do cargo desde a redemocratização. Ele foi empossado em 14 de janeiro de 2011, e ficou no cargo até 8 de novembro de 2017. Daiello esteve à frente da PF durante a operação Lava Jato.
A reportagem de capa de Crusoé, na sua 300ª edição, fala justamente de um duelo na PF que coloca em risco a credibilidade da corporação.
O duelo na PF
“Logo ficou claro que a nova gestão estava disposta a realizar pequenos atos de represália e vingança. Identificado como bolsonarista, o ex-superintendente da PF em São Paulo, Rodrigo Bartolamei, teve de voltar a fazer inquéritos, como se estivesse no começo da carreira. Uma reportagem publicada por Crusoé em agosto do ano passado mostrou que delegados que participaram da Lava Jato haviam sido transferidos para posições apagadas”, informa a revista.
“Ao mesmo tempo, delegados tidos como alinhados à esquerda ganharam cargos estratégicos. Um exemplo citado com alguma frequência é Rodrigo Morais Fernandes, nomeado em fevereiro do ano passado como diretor de Inteligência Policial da PF. Conhecido como Rodrigo Mineiro, ele presidiu o inquérito do caso Adélio Bispo e concluiu que o homem que quase matou Jair Bolsonaro com facadas no abdome em 2018 agiu absolutamente sozinho”, acrescenta a reporatgem.
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