Depoimento na íntegra: o que disse o “ajudante” do hacker
No depoimento de Luiz Molição à PF, ao qual a Crusoé teve acesso, o hacker diz ter ouvido que Thiago Martins, o Chiclete, outro preso na segunda fase da Spoofing, era amigo de Walter Delgatti Neto e o ajudava a ter acesso às contas do Telegram de autoridades. "Thiago, pessoa residente em Brasília, era quem detinha o conhecimento de como invadir do Telegram de forma clandestina", afirmou...
No depoimento de Luiz Molição à PF, ao qual a Crusoé teve acesso, o hacker diz ter ouvido que Thiago Martins, o Chiclete, outro preso na segunda fase da Spoofing, era amigo de Walter Delgatti Neto e o ajudava a ter acesso às contas do Telegram de autoridades. “Thiago, pessoa residente em Brasília, era quem detinha o conhecimento de como invadir do Telegram de forma clandestina”, afirmou.
O objetivo das invasões num primeiro momento, disse Molição, era descobrir quem eram as pessoas investigadas pela Lava Jato. Repetindo a versão apresentada pelo próprio pai de Chiclete à Crusoé, de que seu filho era programador e trabalhava para bancos, Molição disse ter ouvido de Vermelho que Thiago trabalhava para o banco Itaú. “Walter mencionou que Thiago trabalhava na área de TI do banco Itaú em São Paulo, atuando na área de segurança da instituição financeira”, diz trecho do depoimento.
O hacker disse aos investigadores que as invasões em contas do Telegram começaram ainda em 2018 — e não em abril de 2019, como se sabia até o momento.
Luiz Molição narrou ao delegado Luiz Flávio Zampronha ter recebido de Walter Delgatti um celular específico para utilizar quando fosse conversar com o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, e para tratar de temas relacionados às invasões das contas do Telegram. O aparelho foi batizado por Vermelho de “biriri”. No aparelho, disse ele, foi instalado o programa Private Internet Acess, o PIA, que possibilita o acesso à rede de maneira a dificultar a identificação dos reais usuários e evitar deixar rastros.
Molição afirmou ainda que Delgatti tentou vender o material para Glenn Greenwald, que teria se negado a pagar, como mostrou reportagem de capa da última edição de Crusoé. A tentativa de venda a que se refere o ajudante do hacker diverge da versão inicial apresentada pelo próprio Vermelho, que declarou não ter solicitado valores em troca das mensagens.
Leia esses e outros detalhes do depoimento de Molição na reportagem de Fabio Serapião na Crusoé:
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