Dengue em São Paulo ultrapassa em oito vezes nível de epidemia
Dos 96 distritos de São Paulo, apenas 18 apresentam uma incidência abaixo de mil casos de dengue por 100 mil habitantes
A cidade de São Paulo enfrenta uma epidemia de dengue, com uma incidência que ultrapassa em oito vezes o número estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com dados divulgados pela prefeitura, nesta segunda-feira, 13, a incidência da doença chega a 2.471,8 casos por 100 mil habitantes, enquanto a OMS considera uma epidemia quando a incidência atinge 300 casos por 100 mil habitantes.
Dos 96 distritos da cidade, apenas 18 apresentam uma incidência abaixo de mil casos por 100 mil habitantes. Esses distritos estão distribuídos entre o centro, sudeste, sul e oeste de São Paulo.
Entre os distritos com menor incidência estão Consolação, Bela Vista, Liberdade, República e Sé no centro; Cursino, Mooca, Tatuapé, Moema, Saúde e Vila Mariana no sudeste; Marsilac, Campo Belo, Campo Grande e Pedreira na zona sul; e Itaim Bibi e Jardim Paulista na zona oeste.
A Secretaria de Saúde paulista divide os distritos com base em suas supervisões técnicas de Saúde, por isso alguns distritos do sul e do leste paulistano são englobados na região sudeste.
Casos de dengue em São Paulo
Até o momento, foram confirmados 296.763 casos de dengue e registradas 137 mortes. Somente na última semana epidemiológica, que compreende os dias 28 de abril a 4 de maio, foram registrados 29,6 mil novos casos.
Entre os distritos com menor incidência de dengue estão Moema, Jardim Paulista, Saúde, República e Vila Mariana. Por outro lado, os distritos com maior incidência são Jaguara, São Miguel, Itaquera, São Domingos e Guaianases.
O destaque vai para o distrito de São Miguel, que teve o maior avanço da dengue entre as duas semanas epidemiológicas consideradas. A incidência nesse distrito aumentou em mais de mil casos por 100 mil habitantes em comparação à semana anterior.
Variações entre distritos
Não há um fator determinante para as diferenças na ocorrência de dengue entre os distritos da capital. Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), fatores como clima, características demográficas e densidade populacional podem explicar essas variações.
Os casos de dengue na cidade de São Paulo já ultrapassaram o número registrado durante todo o ano de 2015, que até então era considerado recorde. Naquela época, a capital encerrou o ano com 103.186 casos.
Dengue no Brasil
Especialistas apontam que o aumento desordenado das cidades e a precariedade dos serviços e infraestrutura básica, como saneamento e limpeza urbana, são fatores que contribuem para a explosão de casos no Brasil. Até a última sexta-feira, 10, o país registrava 4,6 milhões de casos prováveis de dengue e 2.451 mortes pela doença.
As condições climáticas também podem ter influenciado no aumento de casos em regiões que normalmente não apresentam grande incidência da doença, como o sul do Brasil e a Argentina.
Um estudo recente publicado na revista Science sugere que o aquecimento do oceano Índico pode estar relacionado ao surgimento de novas epidemias de dengue. A elevação da temperatura das águas afeta diversas regiões do mundo, criando condições favoráveis para a propagação da infecção.
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