Dengue dispara (ainda mais) em uma semana em São Paulo
A incidência de dengue na capital paulista é nove vezes maior do que o considerado pela OMS para caracterizar uma epidemia
A cidade de São Paulo enfrenta um crescimento alarmante nos casos de dengue. De acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgado nesta segunda-feira, 20, foram registrados 30,4 mil novos casos da doença em apenas uma semana. Isso representa um aumento de 10,2% em relação à semana anterior.
Os dados revelam uma incidência preocupante da dengue na capital paulista, chegando a 2.725,4 casos por 100 mil habitantes. Esse número é nove vezes maior do que o considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para caracterizar uma epidemia, que é de 300 casos por 100 mil habitantes.
Dos 96 distritos de São Paulo, apenas 12 apresentam uma incidência abaixo de mil casos por 100 mil habitantes. Esses distritos estão localizados nas regiões central, sudeste, sul e oeste da cidade.
Epidemia de dengue por toda São Paulo
A situação é tão grave que todos os bairros da capital estão em epidemia de dengue. Segundo dados provisórios obtidos até o dia 15 de maio, já são 327.207 casos confirmados e 147 mortes pela doença. Somente entre as duas últimas semanas, foram registrados 29,6 mil novos casos.
Entre os distritos com menor incidência de dengue estão Jardim Paulista, Moema, Saúde, República e Vila Mariana. Por outro lado, Jaguara, São Miguel, Itaquera, São Domingos e Guaianases são os distritos com as maiores incidências.
Destaca-se que o distrito de São Miguel registrou o maior avanço da doença entre as duas últimas semanas epidemiológicas. Na semana anterior, a incidência era de 9.199,9 casos por 100 mil habitantes.
Recorde de casos
Os números atuais já ultrapassaram os casos de dengue registrados em todo o ano de 2015, até então considerado um recorde. Naquela época, a capital encerrou o ano com 103.186 casos.
Ainda não é possível afirmar se há uma diminuição na transmissão da doença ou se estamos diante de um platô, ou seja, uma estabilidade de casos antes da queda. Especialistas afirmam que é necessário mais tempo para avaliar essa tendência, informou reportagem da Folha de S. Paulo.
A explosão de casos no Brasil é atribuída ao crescimento desordenado das cidades e à precariedade dos serviços e infraestrutura básica, como saneamento e limpeza urbana. O país já registra 4,9 milhões de casos prováveis e 2.768 mortes por dengue até a sexta-feira, 17.
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