Delegados da PF decidem por “paralisações parciais e progressivas”
A Polícia Federal vai parar. A associação dos delegados decidiu, em assembleia geral extraordinária nesta semana, reagir ao posicionamento de Jair Bolsonaro de não promover a reestruturação das carreiras policiais da União...
A Polícia Federal vai parar.
A associação dos delegados decidiu, em assembleia geral extraordinária nesta semana, reagir ao posicionamento de Jair Bolsonaro de não promover a reestruturação das carreiras policiais da União.
Os delegados prometem “paralisações parciais e progressivas”, cujo calendário ainda será definido.
Além disso, falam em “ações de mobilização e conscientização da população durante as atividades administrativas, como controle imigratório, de armas, de produtos químicos e segurança privada, realizadas pela PF”.
Os delegados de PF aprovaram, ainda, o pedido de renúncia de Anderson Torres do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, “pelo desprestígio e desrespeitoso tratamento dado pelo presidente da República à Polícia Federal e ao próprio ministro”.
“Ademais, ficou decidido pela categoria que os associados poderão entregar cargos de chefia e recusar convites para assumir novos postos”, completa o texto.
Leia o restante da nota pública:
“É vergonhoso, sobretudo em um governo que se dizia pautar pela segurança pública o atual estágio a que estão submetidos os policiais, com significativas perdas como: desamparo a família do policial morto em serviço; redução real do salário, ante o aumento da alíquota da contribuição previdenciária; trabalho em regime de sobreaviso NÃO remunerado ou compensado; diárias cujos valores não pagam todos os gastos do policial com hospedagem, alimentação e transporte durante a missão, tendo o servidor que custear o restante com o próprio salário; ausência de profissionais capacitados para dar apoio psicológico aos servidores (há 12 psicólogos em toda a polícia federal para atender 12 mil policiais), quando a Polícia Federal possui um dos maiores índices de licença por transtornos psicológicos, incluindo suicídios, em toda a esfera federal.
É importante destacar que a segurança pública foi a MAIOR bandeira de campanha do governo Bolsonaro e o destacado trabalho das forças de segurança vem sendo utilizado, indevidamente, pelo presidente como instrumento de marketing para a sua reeleição. Os policiais federais merecem respeito. Investir em Segurança Pública é investir em seu principal ativo: o policial.
Na Polícia Federal aprendemos desde cedo os valores da ética, da palavra e da honra. Esperamos que esses valores também sejam compartilhados por todos os integrantes do Governo Federal. Continuaremos coesos na busca pelo cumprimento da palavra empenhada.”
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