Defesa de Bolsonaro reclama de politização da justiça após depoimento
Ex-presidente foi ouvido na PF após admitir ter financiado a permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Bueno, criticou o inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para apurar suposto financiamento da atuação de Eduardo Bolsonaro contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.
Em publicação no X, Bueno afirmou se tratar de “mais um episódio em que poltiza-se a justiça” e “ao mesmo tempo judicializa-se a política”.
“Ao contrário do que amplamente cogitado na imprensa, nenhuma medida cautelar restritiva ao direito de ir e vir do Presidente foi-lhe aplicada, o que, diga-se, não faria qualquer sentido. Esse inquérito — concebido logo após a fala do Secretário de Estado Americano —, mostra-se como mais um episódio em que politiza-se a justiça, ao mesmo tempo em que judicializa-se a política”, escreveu.
“O inquérito, instaurado a partir de requerimento do Procurador Geral da República, Dr Paulo Gonet, atribui ao ilustre deputado — em singular contorcionismo jurídico —, a possível prática dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa e abolição violenta do estado democrático de direito. O Presidente Bolsonaro, a despeito do permissivo legal que desobriga o depoimento em questões que envolvam ascendentes ou descendentes, respondeu a todas as questões, deixando claro que, além de nada ter a escamotear, a decisão de permanecer nos EUA foi tomada pelo próprio Deputado Eduardo, diante da ameaça evidente de apreensão de seu passaporte, caso regressasse ao Brasil. Aproveitou a oportunidade para deixar claro que o Deputado sempre teve atuação parlamentar ativa, no Brasil e no exterior, possuindo agenda e maturidade política próprias”, acrescentou.
Em entrevista concedida a jornalistas após depor à PF, Bolsonaro disse que enviou R$ 2 milhões de a Eduardo Bolsonaro para ajudar o filho a se manter no país com a esposa e filhos.
“E daí tem um financiamento do meu filho, não financiamento de qualquer ato ilegal. Pediu para mim ‘pai, estou com a esposa aqui’, uma menina de 4 anos, que é minha neta, e um garoto de 1 ano, que é o meu neto, ‘pode me ajudar?’, ajudei. Botei um dinheiro na conta dele, bastante até, e ele está levando a vida dele. Dinheiro limpo, legal, Pix. E a acusação é que eu estou financiando atos antidemocráticos”, declarou o ex-presidente.
“Vocês sabem que lá atrás eu não fiz campanha, mas foi depositado na minha conta 17 milhões de reais, e eu botei 2 milhões de reais na conta dele. Lá fora tudo é mais caro. Eu tenho dois netos, um de 4 e outro de 1 ano de idade, ele está lá fora, eu não quero que ele passe por dificuldades. É muito? É bastante dinheiro. Lá nos Estados Unidos pode nem ser tanto, 350 mil dólares. Mas eu quero o bem-estar dele e graças a Deus eu tive como depositar esse dinheiro na conta dele”, falou também.
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