Debate em SP acaba em expulsão de Marçal e soco
Antes do debate, houve bate-boca nos bastidores entre os candidatos Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB)
O debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo desta segunda-feira, 23 de setembro, acabou em expulsão do candidato Pablo Marçal (PRTB) e em um soco de um de seus assessores no marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A confusão aconteceu após Marçal tomar a terceira advertência por desrespeito aos outros candidatos, como define o regulamento do debate, acordado entre todas as campanhas.
Na sequência, um assessor de Marçal chamado Nahuel Medina deu um soco em Duda Lima, marqueteiro da campanha de reeleição do atual prefeito. Lima saiu sangrando.
Após deixar o evento, Medina foi prestar depoimento no 16º Distrito Policial, no bairro da Vila Clementino.
O jornalista Carlos Tramontina, que moderou o debate, organizado pelo podcast Flow, relatou a confusão: “Eu tive que paralisar o debate para excluir o candidato Pablo Marçal, que reiteradamente desrespeitava as regras, e na saída dele houve uma confusão e o assessor do prefeito Ricardo Nunes foi agredido, levou um soco no rosto, está sangrando bastante neste momento. A gente lamenta profundamente porque o debate foi muito bom, mas no final tivemos essa confusão”.
Nas três ocasiões que foi advertido, Marçal afirmou que Nunes seria preso por suposta corrupção na distribuição de merenda escolar. O candidato do PRTB chegou a afirmar que participaria, como prefeito, da prisão de Nunes.
Confusão antes do debate
Marçal e Nunes já haviam trocaram provocações nos bastidores, logo antes do debate.
Marçal acusou Nunes de envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), chamando-o de “Tchutchuca do PCC”.
O ex-coach ainda afirmou que o prefeito “vai para a cadeia”.
Por sua vez, Nunes chamou Marçal apenas de “tchutchuca”.
Debate estava em tom moderado
Após bate-boca nos bastidores entre Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), o debate promovido pelo Grupo Flow com o Nexo Governamental XI de Agosto, da USP, foi o mais civilizado até o momento entre os já realizados durante a campanha pela Prefeitura de São Paulo.
Ao longo de aproximadamente duas horas de debate, houve troca de farpas de caráter pessoal apenas no penúltimo bloco do evento. Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB) pediram retratação após serem citados indiretamente pelo ex-coach. Ambos os pedidos foram negados pela organização. Boulos foi chamado de invasor; e Datena, sem ser nominado, associado a um caso de assédio sexual.
Durante o terceiro bloco, Marçal disse, em referência a Datena, que iria reciclar todos “os homens para eles aprenderem a respeitar a mulheres e não ter casos abafados de assédio sexual”. Datena se ofendeu com a frase e, ao ter seu direito de resposta negado, chamou Marçal de “bandidinho” em alusão à condenação dele pela Justiça Federal em 2010.
Apenas Marçal conseguiu um direito de resposta justamente após ter sido citado nominalmente pelo apresentador. Foram, ao todo, três solicitações de retratação feitos pelos candidatos. O menor entre todos os embates na campanha até agora.
O evento desta segunda-feira foi aquele com o tom mais moderado de toda a eleição em São Paulo em função das regras impostas pela organização. Ao contrário de outros eventos, não houve confronto direto entre os candidatos, o que dificultou a troca de acusações e provocações entre eles.
Durante todo o debate, os candidatos basicamente responderam a perguntas de moradores, de especialistas e de expectadores do Flow Podcast. Além de Marçal, Nunes, Boulos e Datena, também participaram do evento Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).
Esse foi o oitavo embate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo.
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