De Aragão para Janot, sobre prisão de Genoíno: “Deixa boiar”
No livro Nada Menos que Tudo, Rodrigo Janot dedica um capítulo à prisão de José Genoíno. Condenado no mensalão, ele ainda não havia sido preso quando Janot tornou-se PGR. Ele, então, resolveu cumprir a sua função e, em novembro de 2013, peticionou o Supremo para que Genoíno começasse a cumprir a pena...
No livro Nada Menos que Tudo, Rodrigo Janot dedica um capítulo à prisão de José Genoíno.
Condenado no mensalão, ele ainda não havia sido preso quando Janot tornou-se PGR. Ele, então, resolveu cumprir a sua função e, em novembro de 2013, peticionou o Supremo para que Genoíno começasse a cumprir a pena.
Contrariou, assim, Eugênio Aragão, na época vice-procurador-geral eleitoral.
Janot conta:
“Depois da minha posse, o meu vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, muito ligado ao PT, me procurou. Ele estava preocupado com Genoíno (…). Aragão me sugeriu que eu não tomasse nenhuma providência que pudesse significar a ida para a cadeia de Genoíno em relação ao caso do mensalão. “Deixa boiar, deixa boiar’, ele me disse.”
Janot respondeu:
“Como deixa boiar, cara? Não pode ser assim. Você não pode deixar de cumprir uma decisão do Supremo. Vou fazer o que eu acho que tenho de fazer.”
Depois de feito o pedido, Aragão ainda procurou Janot, segundo o próprio ex-PGR relata:
“Você fez isso mesmo”, perguntou Aragão.
“Pedi o cumprimento da decisão transitada em julgado.”
Ele retrucou: “Pois é. Esse é que é problema, você não deveria ter pedido.”
Janot conta que também foi procurado por Ricardo Lewandowski, revisor do caso do mensalão, “que queria se certificar do conteúdo da minha petição”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)