Cuidado com as imagens, Barroso
Como publicamos, o ministro Luís Roberto Barroso disse num evento da OAB que, ao vetar a campanha O Brasil Não Pode Parar, do governo federal, o STF impediu um "genocídio". Recapitulando, ele afirmou: "Num momento em que se recomendava o isolamento social, a política pública de convocação das pessoas ao trabalho e às ruas poderia produzir um genocídio...
Como publicamos, o ministro Luís Roberto Barroso disse num evento da OAB que, ao vetar a campanha O Brasil Não Pode Parar, do governo federal, o STF impediu um “genocídio”.
Recapitulando, ele afirmou:
“Num momento em que se recomendava o isolamento social, a política pública de convocação das pessoas ao trabalho e às ruas poderia produzir um genocídio, sobretudo nas comunidades pobres. E, portanto, em nome do direito à vida, e do direto à saúde, o Supremo impediu a difusão dessa campanha”, disse.
A palavra “genocídio” na boca de um ministro do Supremo é uma imagem por extensão muito indevida, visto que se trata de crime que visa ao extermínio de populações específicas de uma etnia, grupo religioso ou nacionalidade. Barroso segue a trilha de Gilmar Mendes, que acusou o Exército de associar-se a um “genocídio” no enfrentamento da pandemia.
A atitude de Jair Bolsonaro quanto à Covid-19 é absolutamente condenável, não raro beirando a sociopatia, mas ele não é um “genocida”.
Quando se referem a crimes, ministros do Supremo não podem ser metafóricos.
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