Crusoé: Um ano sem paz
Como o atentado de 7 de outubro mudou Israel e o Oriente Médio para sempre
O atentado terrorista do Hamas em 7 de outubro do ano passado foi um daqueles fenômenos raros que mudam para sempre o curso da história, porque carregam a potestade de afetar profundamente os sentimentos das pessoas e redirecionar as decisões dos seus governantes. Quando terroristas armados de fuzis invadiram o sul de Israel com picapes, motos e paragliders, matando, sequestrando e violentando quem encontravam pela frente, os israelenses viram o que pode ocorrer com eles quando ficam desprotegidos, com um governo paralisado e uma Forças Armadas ausente. Na primeira oportunidade, terroristas, grupos paramilitares e regimes tirânicos usam todos os seus recursos disponíveis — facas, fuzis, foguetes e mísseis balísticos e de cruzeiro — para tentar promover um massacre em Israel. O ataque que matou 1.200 e feriu 3 mil gerou uma sensação de insegurança e vulnerabilidade, que persiste até hoje.
Esse efeito é a negação da razão de ser do Estado de Israel, que foi criado como um refúgio para os judeus perseguidos na Europa (leia artigo de Catarina Rochamonte nesta edição de Crusoé). Em seu comovente livro De amor e trevas, o escritor israelense Amós Oz descreve a expectativa que tinham os seus antepassados quando deixaram o Leste Europeu para viver em Israel, no início do século 20. Naquela época, ainda antes da Segunda Guerra, eles fugiam dos pogroms no Império Russo e em países europeus. Levavam consigo não apenas as angústias por terem testemunhado ataques, mas também as recordações das perseguições históricas aos hebreus na região da Palestina. “Durante dois mil anos tivemos de aguentar tudo calados. Durante dois mil anos fomos como ovelhas para o sacrifício, mas aqui em nossa pátria não permitiremos, de maneira alguma, que nos condenem a uma nova diáspora. Nosso orgulho não será mais espezinhado”, escreveu Amós Oz, que morreu em 2018.
Nos últimos doze meses, a maior constante foi a insegurança, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Duda Teixeira.
Outros destaques em Crusoé
A matéria “Eleições: direita sem dono, esquerda sem força”, assinada por Wilson Lima, faz um balanço do cenário que antecede as eleições municipais de 2024, marcadas para domingo, 6 de outubro, quando mais de 155 milhões de eleitores brasileiros devem votar para cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador em 26 capitais e 5,5 mil cidades do país.
Um levantamento dos candidatos mais competitivos mostra uma inclinação do país para a direita, seguindo o perfil dos eleitores. Contudo, esse grupo não está sendo capitaneado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A esquerda, por sua vez, também sofre com a falta de comando, uma vez que o presidente Lula não tem se mostrado um cabo eleitoral eficiente.
Colunistas
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas. Nesta edição, escrevem Catarina Rochamonte, Márcio Coimbra, Leonardo Barreto, Jerônimo Teixeira, Josias Teófilo, Orlando Tosetto Júnior, Ivan Sant’Anna e Rodolfo Borges.
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