Crusoé: “Palestina livre do rio ao mar”, defendem antissemitas na USP
Acampamento de 32 barracas no prédio da faculdade de História e Geografia imita protestos de estudantes americanos com mensagens contra judeus
Um pequeno acampamento no pátio do Departamento de História e Geografia da Universidade de São Paulo (USP) autointitula-se como o “primeiro acampamento no Brasil em apoio à Palestina“.
O grupo imita os protestos vistos desde abril em dezenas de universidades americanas com pedidos de cessar-fogo e declarações antissemitas. Uma das faixas mais vistosas afirma “Palestina livre do rio ao mar” (foto).
“Essa frase já era ouvida antes da guerra atual, mas com muito menos intensidade e frequência“, diz Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Fisesp. “A partir do momento em que alguém fala que a Palestina deve ser livre do rio Jordão ao Mar Mediterrâneo, o que ela está dizendo é que é preciso ficar livre de alguém, de outro povo, que no caso é o povo israelense. Em outras palavras, é tirar, varrer Israel do mapa. Então essa é uma maneira de deslegitimar a existência do estado de Israel. É claramente uma frase antissemita.”
Tamanho pequeno
O acampamento foi organizado pelo coletivo Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP). Em suas redes sociais, a Frente Palestina em São Paulo chamou a organização de “intifada nas universidades“.
Apesar da tentativa de imitar as ocupações vistas em universidades como Columbia, em Nova York, e na UCLA na Califórnia, a mobilização na USP é pequena, não passando de 32 barracas na manhã desta quarta-feira, 8, segundo dia de atividades.
Durante a montagem do local, alunos com bandeiras de movimentos políticos e camisetas vermelhas hostilizaram um aluno judeu. A cena foi gravada em vídeo (abaixo).
A maior parte das barracas amanheceu decorada com bandeiras de coletivos socialistas e comunistas.
Há também três gigantescas bandeiras da Palestina — uma delas, com os símbolos da União Nacional dos Estudantes (Une) e de seu braço paulista (UEE).
Os estudantes também fizeram um abaixo-assinado exigindo que a USP, as demais universidades brasileiras e o governo brasileiro rompam relações com o Estado de Israel.
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