Crusoé: “O lobby ajuda a melhorar o governo”
Em entrevista a Crusoé, o especialista em administração pública Milton Seligman explica por que a regulamentação do lobby traz outros benefícios ao país além de inibir a corrupção...
Em entrevista a Crusoé, o especialista em administração pública Milton Seligman explica por que a regulamentação do lobby traz outros benefícios ao país além de inibir a corrupção.
“O Brasil é um país com tradições patrimonialistas, onde há muito compadrio e interesses privados facilmente se sobrepõem aos públicos. Não bastasse isso, realizamos o lobby como pelada de rua, e não como um jogo de Copa do Mundo. Não há regras claras, muito menos VAR. Nessas circunstâncias, mais do que a desconfiança ser natural, acaba sendo natural igualar lobby e corrupção.”
“O lobby é uma das principais maneiras que os cidadãos têm para influir na administração do Estado. Houve épocas em que foi preciso batalhar por essa possibilidade. Pode-se dizer que a Independência dos Estados Unidos, por exemplo, nasceu de uma batalha desse tipo. Os colonos diziam que suas petições eram desprezadas pela coroa inglesa, que eles não eram ouvidos. Não por acaso, um dos direitos reconhecidos na Primeira Emenda à constituição americana foi justamente o de peticionar ao governo.”
“No sentido mais básico, fazer lobby é isso, garantir que aqueles que governam e fazem as leis estejam cientes do seu ponto de vista e dos seus interesses. No mundo atual, creio que a legitimidade do lobby requer ainda um outro elemento: a demonstração de que aquilo que se propõe e deseja não responde apenas a interesses particulares, mas também cria valor para a administração pública e para a sociedade.”
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