Crusoé: O Hamas é terrorista, mas governo brasileiro não aprendeu essa lição
Publicação de Lula nas redes sociais e nota do Itamaraty evitam chamar o Hamas de terrorista. Encontro de petista com líder terrorista, em maio, ajuda a explicar a omissão
Terroristas são aqueles que praticam atos terroristas. O Hamas comete atos terroristas. Logo, o Hamas é terrorista.
Certo? Para o governo brasileiro, esse silogismo não funciona.
Na mensagem do presidente Lula e na nota do Itamaraty sobre a morte, pelo Hamas, do brasileiro Michel Nisembaum (foto), evita-se chamar o Hamas de grupo terrorista.
“Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina“, escreveu Lula.
O presidente, como se vê, não faz qualquer menção ao terror.
Na nota do Itamaraty, fala-se em “atos terroristas“, mas toma-se muito cuidado para não dizer que o Hamas é o que é: um grupo terrorista.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda tristeza e consternação, da morte do cidadão brasileiro Michel Nisembaum, que se encontrava na lista de sequestrados pelo Hamas desde os atos terroristas de 7 de outubro passado. Os atentados tiveram como saldo mais de 1.200 pessoas assassinadas em Israel e cerca de 250 tomadas como reféns. O Brasil reitera sua veemente condenação aos atos terroristas praticados pelo Hamas e volta a exortar pela libertação imediata de todos os reféns e por negociações que levem à cessação de hostilidades em Gaza“, lê-se na nota do Ministério de Relações Exteriores.
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