Crusoé: Encontro de Lula e Petro se torna campo minado diplomático
Em um momento de inédito ataque iraniano a Israel, nenhum dos dois presidentes parece se alinhar à comunidade internacional; petista pode repetir falas de viagem à África
Lula e o presidente da Colômbia Gustavo Petro voltam a se encontrar nesta semana. Pela segunda vez desde que tomou posse no ano passado, o petista vai até a Colômbia visitar o outro chefe de Estado de esquerda na região. O timing do encontro, no entanto, não poderia ser mais complexo: com o ataque inédito de Irã a Israel no sábado, 13, ambos estão entrando em um campo minado diplomático.
Isso porque nem o brasileiro nem o colombiano condenaram publicamente o ataque. O Itamaraty publicou uma nota no domingo, 14, sobre o ataque — que, realizado quase em câmera lenta, não causou danos significativos ou mortes em territórios israelenses. Mas, para os diplomatas chefiados por Lula e por Celso Amorim, o Irã é a vítima na história.
“O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria”, diz a nota, antes de degringolar: “Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã.“
Apesar do posicionamento de Lula e seu Itamaraty, que estão deslocados da resposta unânime da comunidade internacional (que apoiou Israel), a visão brasileira é até mais comportada do que têm feito Petro em Bogotá.
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