Crusoé: Comunista Flávio Dino é tudo, menos juiz
Indicado por Lula para o STF, o político atua como fiscalizador de cemitérios, ministro do Meio Ambiente e parlamentar
Quando Lula escolheu Flávio Dino (foto) para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), no final do ano passado, o presidente petista foi explícito sobre as qualidades que o orientaram na escolha.
Dino era político.
Mas não de qualquer tipo: Dino era comunista.
“Vocês não sabem como estou feliz. Pela primeira vez na História deste país, conseguimos colocar na Suprema Corte um ministro comunista. Um companheiro da qualidade do Flávio Dino“, disse o presidente.
Dino, afinal, foi do Partido Comunista do Brasil por 15 anos, antes de se mudar para o PSB, em 2022.
Desde a posse, em fevereiro deste ano, Dino tem atendido com louvor as expectativas de seu padrinho político.
Fiscalizador de cemitérios
No sábado, 23, o ministro meteu-se numa questão ligada aos cemitérios da cidade de São Paulo.
O PCdoB, antigo partido de Dino, ajuizou uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no STF no dia 18 de novembro deste ano para reclamar dos preços cobrados pelos cemitérios municipais, que foram privatizados.
O texto traz uma clara aversão à iniciativa privada.
“A incompatibilidade entre iniciativa privada em alguns serviços típicos a serem prestados pelo Estado genericamente considerado, é absoluta, não havendo espaço para relativizações, e entre estes serviços, ‘in casu’ destacamos os serviços funerários, é gritante por sua carga de desumanidade, dignidade humana versus lucro e para aumentar a remuneração do capital, toda a sorte de artifícios é lançada contra os incautos, que só querem se despedir com dignidade do seu familiar, do seu ente querido. É nítida a ofensa ao princípio da dignidade humana, no momento mais dolorido da existência, a pessoa ser extorquida de valores que não possui, para a derradeira despedida do ente querido“, dizem os advogados do PCdoB na ADPF.
Somente cinco dias depois, Dino foi solícito aos seus camaradas comunistas e mandou que os cemitérios retomassem os preços antigos, praticados antes das privatizações.
Em nota, a prefeitura de São Paulo afirmou que…
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Comentários (2)
saul simoes junior
25.11.2024 11:45A verdade é fácil de apurar e só ver o quadro que a CNN publicou dos preços antigos e atuais. Na primeira coluna estão serviços que os munícipes que iam tratar do sepultamento eram "convencidos" a contratar pelos agentes da prefeitura. Eram "sugeridos" pelos então servidores em fornecedores indicados pelos próprios. Caso não aceitasse as sugestões eram colocadas todas as dificuldades possíveis. Portanto o preço final era praticamente o mesmo.
Armando Nuno De Fiúza Lopes
25.11.2024 11:06Se fosse só ele....