Crusoé: A PF e sua tese para averiguar estrangeiros que critiquem o STF
Diretor de Polícia Administrativa da PF disse ao Senado que jornalista português que foi barrado no aeroporto fez comentários que "flertam com a criminalidade" contra a honra da Suprema Corte
O diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF), Rodrigo de Melo Teixeira (foto), defendeu na última terça-feira, 21, que a corporação pode intervir e barrar pessoas que promovam falas contra a honra do Supremo Tribunal Federal (STF). Teixeira falou a senadores após o jornalista português Sergio Tavares ter sido barrado no aeroporto de Cumbica, horas antes de ir à manifestação bolsonarista em São Paulo, no dia 25 de fevereiro.
Segundo Rodrigo, é trabalho da Polícia analisar quem entra no Brasil, e tomar providências de acordo com comportamentos que mereçam a atenção. Há 143 mil alertas na base de dados da PF, assim como 1,6 milhão de nomes em restrição, que são cruzados pela corporação em Brasília e indicado para portos e aeroportos em todo o país.
“Graças a Deus vivemos numa democracia no Brasil, mas em manifestações que eu diria que beiram um aspecto criminal, ou que beiram alguma questão ali que flerta com a criminalidade”, iniciou Teixeira. O delegado então usa o depoimento dado por Tavares às autoridades brasileiras, onde ele é questionado sobre ataques que havia proferido, a partir de Portugal, contra a Suprema Corte.
Para Teixeira, “não é questão só de ser ministro da Suprema Corte. Eu não posso fazer um ataque à honra do senhor, que é senador, ou de qualquer cidadão, ou contra mim, que sou delegado e diretor da política. Ataque à honra considera-se crime no nosso ordenamento legal.“
A atuação de Tavares seria considerada anormal pela PF porque, nas análises feitas pela PF em fontes abertas (como sites e redes sociais), ele também ter apoiou a tese de fraude nas urnas eletrônicas e os atos bolsonaristas em 8 de janeiro. “Tinha ‘n’ manifestações deste cidadão Sergio que está nessa situação, e isso foi perguntado em seu depoimento”, continuou o delegado, em fala feita durante audiência na Comissão De Segurança Pública (CSP), do Senado, na terça-feira, 19.
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