Crusoé: A nova onda do municipalismo
As eleições municipais cresceram em importância para os caciques partidários e os políticos de Brasília. Entenda o porquê
Há algo de novo acontecendo na política brasileira. As eleições municipais de 2024 vêm recebendo muito mais atenção dos caciques partidários e dos políticos de Brasília do que costumava acontecer. Há duas razões para isso e ambas remontam a 2015. Foi nesse ano que o Supremo Tribunal Federal proibiu o financiamento privado de campanhas e que o Congresso tornou obrigatório o pagamento das emendas parlamentares individuais. Quase uma década mais tarde, pode-se constatar os efeitos indiretos e, de certa forma, inesperados dessas medidas. A transferência assegurada de recursos federais para os rincões do país, por meio de emendas, fortaleceu o vínculo entre os deputados federais e suas bases. Ao mesmo tempo, o esforço de prefeitos e vereadores para eleger deputados federais pode ajudar as legendas a aumentar o seu quinhão dos fundos partidário e eleitoral, uma vez que o tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados é o que define a divisão desses bilhões. São duas faces da mesma moeda, que tornou mais valiosa a política realizada nos municípios.
Um bom exemplo disso é o Novo. O partido tem atualmente 3 deputados federais. Precisa conquistar ao menos 11 cadeiras em 2026 para ter direito aos recursos do fundo partidário. As eleições deste ano são vistas como um passo fundamental para isso. “As eleições de 2024 são fundamentais para o projeto do Novo em 2026, não só para eleger prefeitos, mas para aumentar consideravelmente o número de vereadores também. Os vereadores eleitos serão convocados a disputar as eleições para deputado, garantindo que tenhamos nominatas completas, experientes e com nomes já testados em urna. O Novo está crescendo exponencialmente em filiações e agora é hora de mostrar que também vamos crescer nas urnas“, diz Eduardo Ribeiro, presidente do Novo.
Siglas maiores pensam da mesma maneira.
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