Crusoé: A disputa pela primeira universidade indígena no país
Ministério da Educação discute internamente o primeiro campus voltado à educação indígena no país. Tema já é debatido no Senado, e campus no MA sai na frente
O Ministério da Educação anunciou, nesta quarta-feira, 17, que um grupo de trabalho irá discutir internamente a criação do que seria a primeira universidade indígena do país. Seis nomes ligados ao MEC deverão apresentar um relatório final sobre a viabilidade técnica, orçamentária e análise de risco para a implementação da Universidade Indígena.
O texto deve ser apresentado em 90 dias, de acordo com uma portaria da pasta publicada no Diário Oficial da União.
Já há uma disputa sobre onde este campus poderia ser instalado. O próprio MEC parece estar atendendo a uma sugestão do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) para o estudo de uma instituição de ensino do tipo.
O parlamentar defende que a região norte seja a contemplada: “a região Norte do País, e o Estado de Roraima em especial, devem ser prioridade”, argumentou em uma indicação enviada no ano passado ao MEC. “O Norte do país é a região que possui o menor índice de aumento no número de matrículas na rede federal de educação superior.”
Além disso, argumenta Mecias de Jesus, a instalação do campus indígena ajudaria o recebimento de capital estrangeiro no país, por meio de convênios de ensino.
Outra das concorrentes é a cidade de Amarante do Maranhão, na região central do estado. Lá existe o “Centro de Saberes Tenetehar Tukàn“, que tanto o governo do estado quanto o Ministério dos Povos Indígenas esperam se tornar o primeiro campus de ensino superior no país.
Em novembro do ano passado, a ministra Sonia Guajajara foi até o local—na Terra Indígena Arariboia, seu local de nascimento— para anunciar a ampliação do Centro de Saberes, que promove ações sobre educação, saúde, cultura, produção agrícola e preservação ambiental aos povos indígenas locais.
“É um momento histórico, e o lançamento dessa pedra fundamental representa a inauguração de uma universidade indígena dentro de um território indígena, aqui no Araribóia”, disse a ministra, ao lado do governador do estado, Carlos Brandão (PSB).
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