Crusoé: A balança do poder pende em favor do Congresso
Com a balança do poder pendendo em favor do Congresso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem tirado proveito máximo desse ambiente, reivindicando para si o protagonismo na condução de grandes reformas, como a tributária e a administrativa, diz Crusoé...
Com a balança do poder pendendo em favor do Congresso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem tirado proveito máximo desse ambiente, reivindicando para si o protagonismo na condução de grandes reformas, como a tributária e a administrativa, diz Crusoé.
“Neste exato momento o Congresso está entregue a uma dessas orgias em que só os seus próprios interesses são contemplados. Está prestes a ser aprovado o maior perdão financeiro já concedido aos partidos políticos brasileiros. A chamada PEC da Anistia, que deverá ser votada na Câmara na próxima semana, perdoará, para começar, cerca de R$ 880 milhões em multas pelo não cumprimento das cotas para mulheres e negros nas eleições de 2022. Como muitas outras pendências com a Justiça Eleitoral devem ser abrangidas, o valor total do indulto certamente chegará à casa dos bilhões de reais.”
“‘Não temos dinheiro’, disse nesta quarta-feira a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, explicando o seu voto na comissão especial que deu um parecer favorável à PEC. Trata-se de uma visão peculiar do que é ter os bolsos vazios. A legenda de Gleisi e do presidente Lula é beneficiária da segunda maior fatia do fundo partidário de mais de R$ 1,1 bilhão reservado para este ano. Os quase R$ 153 milhões destinados ao PT só ficam atrás dos quase R$ 206 milhões destinados ao PL. Os dois grandes partidos são antípodas ideológicos, mas estão irmanados no propósito de legitimar o calote. Aliás, não existe partido que esteja fora dessa, com a possível exceção do Novo e do PSOL, que prometem votar contra o projeto no plenário.”
“A PEC é particularmente ofensiva porque o cidadão comum não tem como anistiar-se quando descobre que uma nova lei arrasou seu orçamento. Já os parlamentares criaram as regras de cotas, desrespeitaram as regras criadas por eles mesmos e, diante das consequências, se dão o direito de rasgar a conta, aproveitando ainda para afrouxar os parâmetros de proporcionalidade e financiamento das candidaturas de mulheres, negros e pardos em eleições futuras.”
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