CPI retoma trabalhos com foco em intermediários, contratos de logística e hospitais do RJ
Após duas semanas de recesso, a CPI da Covid retoma os trabalhos amanhã e pretende intensificar as investigações sobre os intermediários de vacinas, os contratos de logística do Ministério da Saúde, acordos entre a União e hospitais federais do Rio de Janeiro e ações do núcleo ideológico do governo federal ao longo da pandemia do novo coronavírus...
Após duas semanas de recesso, a CPI da Covid retoma os trabalhos amanhã e pretende intensificar as investigações sobre os intermediários de vacinas, os contratos de logística do Ministério da Saúde, acordos entre a União e hospitais federais do Rio de Janeiro e ações do núcleo ideológico do governo federal ao longo da pandemia do novo coronavírus.
Amanhã, a CPI vai ouvir o reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah). Amilton é apontado como o responsável por intermediar as conversas entre a Davati e o Ministério da Saúde para a aquisição de 400 milhões de doses de vacinas da Astrazeneca.
Segundo os integrantes da comissão, o depoimento do reverendo Amilton será importante para se obter detalhes sobre como pessoas sem capacidade técnica teriam oferecido vacinas ao Ministério da Saúde. Além da Senah, uma outra entidade chamada Força Brasil, ligada ao empresário bolsonarista Otávio Fakhoury, também é investigada por se apresentar como uma intermediária de vacinas.
Ainda nesse núcleo, a CPI pretende encerrar, até o início de setembro, as investigações sobre a Precisa Medicamentos e as tratativas com o Ministério da Saúde para aquisição das vacinas indianas Covaxin, do laboratório Bharat Biotech. Apesar do acordo já ter sido cancelado, a CPI suspeita que o contrato, no valor de R$ 1,6 bilhão, seria usado para irrigar uma espécie de propinoduto na pasta.
O esquema da Covaxin, segundo o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), teria a suposta participação líder do governo Ricardo Barros (PP-PR). O caso foi revelado por O Antagonista. Barros, por sua vez, nega qualquer envolvimento no caso.
Em outra ponta, a CPI pretende intensificar as investigações sobre os contratos de logística do Ministério da Saúde. Como mostrou a revista Crusoé, há suspeitas de que um contrato para o transporte de vacinas com a empresa VTCLog tenha sido utilizado para o pagamento de propina a integrantes do PP.
Por essa razão, devem ser analisados amanhã requerimentos de convocação dos sócios da empresa Teresa Cristina Reis de Sá e Raimundo Nonato Brasil. A empresa está na mira da comissão parlamentar de inquérito por suspeita de ter sido favorecida pelo ex-diretor de logística Roberto Dias.
Já em relação aos contratos emergenciais entre o governo do Rio de Janeiro e o Ministério da Saúde, a suspeita da CPI é que o filho do presidente Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) tenha sido beneficiado com acordos para manutenção de Unidades Básicas de Saúde e construção de hospitais de campanha.
A esperança da comissão é que, ao longo de seu depoimento sigiloso, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel possa dar mais detalhes sobre as tratativas entre o senador e as Organizações Sociais responsáveis pela gestão das unidades de saúde.
Por fim, o núcleo de “fake news” vai mirar influenciadores digitais alinhados ao Palácio do Planalto. A tese dos senadores responsáveis por essa parte da investigação é que blogueiros tenham lucrado com a disseminação de notícias falsas ao longo da pandemia, como, por exemplo, a tese do tratamento precoce.
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