CPI dos sertanejos não deve sair do papel
Apesar do clamor nas redes sociais para se instaurar uma investigação parlamentar sobre contratos firmados por cantores como Gusttavo Lima com prefeituras, a “CPI dos Sertanejos” não deve sair do papel...
Apesar do clamor nas redes sociais para se instaurar uma investigação parlamentar sobre contratos firmados por cantores como Gusttavo Lima com prefeituras do interior, a “CPI dos Sertanejos” não deve sair do papel.
Segundo líderes ouvidos por O Antagonista, três fatores impedem esse tipo de investigação: às vésperas das convenções partidárias, apenas um “escândalo de proporções bíblicas” – nas palavras de um líder partidário – mobilizaria Câmara ou Senado neste momento.
O outro fator é de ordem legal: como a polêmica está relacionada aos contratos entre prefeituras e os cantores, deputados e senadores não teriam gerência para investigar o pagamento ou valores de cachês. Assim, esses contratos firmados por prefeituras deverão ser alvo apenas de ações isoladas do Ministério Público nos estados.
Durante a CPI da Covid, a base governista queria que o Senado também investigasse indícios de irregularidades na aquisição de remédios e equipamentos durante a pandemia do novo coronavírus. A oposição barrou a proposta alegando justamente que o Senado não teria poder para investigar atos dos governadores.
Por fim, deputados e senadores declaram em caráter reservado que a contratação de shows por prefeituras não é necessariamente um ato ilegal. Apesar de questionar os valores, não foi detectado, até o momento, indícios de irregularidades nos contratos.
“O problema é que certo cantor criticou a Lei Rouanet e foi beneficiado com dinheiro público vindo de outra ponta. Ele que se explique aos seus fãs”, admitiu um líder da oposição em caráter reservado a este site.
Como temos mostrado, alguns contratos firmados por prefeituras do interior com o cantor Gusttavo Lima estão sendo alvo de investigações pelo MP por indícios de irregularidades.
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