A CPI da Covid vai intensificar as investigações sobre denúncias de irregularidades nas negociações de vacinas com o Ministério da Saúde.

Amanhã, a comissão vai ouvir o sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano. A Precisa Medicamentos mediou o acordo com o Ministério da Saúde para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, do laboratório Bharat Biotech. O contrato foi suspenso ontem por indícios de irregularidades. Como revelou com exclusividade O Antagonista, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) falou a Jair Bolsonaro sobre os indícios de ilegalidade na transação.

Na sexta-feira, a CPI vai tomar o depoimento do empresário Luiz Dominguetti, representante da empresa Davati Medical Supply, que denunciou um pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina, em troca de um contrato com o Ministério da Saúde.

Na semana que vem, será realizada uma sessão secreta com o deputado Luis Miranda para que ele dê mais detalhes sobre a atuação do lobista Silvio Assis. Em entrevista exclusiva para a Crusoé, Miranda detalhou a oferta de propina para não atrapalhar a compra da vacina da Covaxin. Segundo o deputado, o lobista teria oferecido 6 centavos de dólar por dose de vacina, caso o acordo entre a Precisa e o Ministério da Saúde fosse concretizado.

Na quinta-feira da semana que vem, a CPI vai ouvir o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Barros teria sido citado pelo próprio Jair Bolsonaro como o responsável pelas irregularidades nas tratativas para a compra de vacinas pelo Ministério da Saúde.

Leia o cronograma completo:
1º de julho (quinta-feira): Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos;
2 de julho (sexta-feira): empresário Luiz Dominguetti, representante da empresa Davati Medical Supply;
6 de julho (terça-feira): sessão secreta com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF);
7 de julho (quarta-feira): servidor terceirizado do Ministério da Saúde Rodrigo de Lima;
8 de julho (quinta-feira): deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara;
9 de julho (sexta-feira): diligência para ouvir o ex-governador Wilson Witzel