CPI da Covid: Bolsonaro recomendou uso da cloroquina 25 vezes
Um levantamento feito por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), a pedido da CPI da Covid, afirma que Jair Bolsonaro defendeu o uso da cloroquina como remédio contra o novo coronavírus em pelo menos 25 oportunidades...
Um levantamento feito por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), a pedido da CPI da Covid, afirma que Jair Bolsonaro defendeu o uso da cloroquina como remédio contra o novo coronavírus em pelo menos 25 oportunidades – lives, entrevistas ou solenidades públicas – ao longo da pandemia.
O estudo foi realizado no âmbito do projeto “Mapeamento e análise das normas jurídicas de resposta à Covid-19 no Brasil”, do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (CEPEDISA) da FSP da USP. A análise é assinada pelos professores Deisy Ventura, Fernando Mussa e Rossana Reis.
De acordo com o levantamento, Bolsonaro começou a defender a cloroquina como remédio contra Covid em 8 de abril do ano passado. Ao longo de 2020, ocorreram 11 manifestações a favor do medicamento sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. Somente nos cinco primeiros meses de 2021, Bolsonaro indicou o medicamento em 14 oportunidades.
Ao longo de 2021, Bolsonaro defendeu o medicamento em oito de suas lives semanais. E houve ocasiões, como no dia 15 de janeiro, em que o presidente recomendou o uso da droga três vezes em um único dia.
O documento foi encaminhado ontem para a CPI da Covid e será usado por Renan Calheiros (MDB-AL) no relatório conclusivo do colegiado. O estudo da USP afirma que o governo Jair Bolsonaro trabalhou “ativamente” pela disseminação do novo coronavírus no Brasil.
“A incitação ao contágio tem como principais pilares a disseminação da falsa crença de que existe um tratamento precoce para a doença e o constante estímulo ao desrespeito massivo de medidas sanitárias básicas, como o distanciamento físico e o uso de máscaras, agravadas pela também recorrente banalização do sofrimento e da morte, além da desqualificação dos indivíduos que, com razão, temem a doença”, diz o estudo.
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