A conexão Temer-Libra-Cunha
Em 2014, quando era candidato a vice na chapa de Dilma, Temer recebeu doações em uma conta paralela, registrada no TSE. O Grupo Libra, alvo da ação de hoje da PF, depositou nessa conta 1 milhão de reais por meio de dois de seus sócios, como já publicamos...
Em 2014, quando era candidato a vice na chapa de Dilma, Temer recebeu doações em uma conta paralela, registrada no TSE.
O Grupo Libra, alvo da ação de hoje da PF, depositou nessa conta 1 milhão de reais por meio de dois de seus sócios, como já publicamos.
Os investigadores acreditam que essa doação tenha sido feita em contrapartida a serviços prestados à companhia pelo grupo político de Temer, numa operação articulada pelo notório Eduardo Cunha.
A suspeita está amparada em documentos. Explica-se.
Nas buscas em endereços de Cunha, os policiais encontraram um arquivo com informações sobre o Libra e um projeto do grupo que dependia de decisões do governo.
Ao analisar o arquivo, os policiais anotaram: “Acredita-se que, conforme indicação do nome Libra no próprio pen drive, alguém relacionado ao grupo tenha repassado tais dados para o conhecimento de Eduardo Cunha, sob pretexto ainda duvidoso. Segundo consta, o referido projeto precisaria de autorização da Secretaria Especial de Portos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, o que, por si, já gera suspeitas sobre os motivos de tais documentos estarem em poder do investigado”.
Mais adiante, os investigadores ligam a doação de 1 milhão a Temer a serviços prestados ao Grupo Libra – ou seja, levantam a suspeita de que o repasse se tratava de propina travestida de doação eleitoral: “O referido grupo empresarial teria doado [na verdade, doou] R$ 1 milhão para a campanha do vice-presidente Michel Temer, do PMDB, o que gerou uma série de rumores e suspeitas acerca de tal doação, e que carecem de maior análise”.
Antes, eles observam que Cunha foi relator da famosa MP dos Portos e que, como tal, atendeu a uma série de pleitos do Grupo Libra.
Em tempo: meses antes da doação de 1 milhão de reais a Temer, o próprio Cunha levou Gonçalo Torrealba, um dos donos do Grupo Libra, para um encontro com o então vice-presidente no Palácio do Jaburu.
A história se encaixa como uma luva na investigação que resultou na operação de hoje.
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