Com concessões de até 70 anos, cassinos no Brasil bancariam ‘construção de habitações populares’
Como noticiamos, o senador Irajá (PSD) apresentou, em meio à pandemia da Covid-19, um projeto de lei para autorizar cassinos no Brasil...
Como noticiamos, o senador Irajá (PSD) apresentou, em meio à pandemia da Covid-19, um projeto de lei para autorizar cassinos no Brasil.
A proposta vinha sendo costurada nos bastidores há meses, com o aval do governo Bolsonaro, representado no debate pelo senador Flávio e pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Pela proposta (leia aqui a íntegra), a União autorizaria um cassino por unidade da Federação, por meio de licitação.
O projeto prevê que “os recursos arrecadados com o pagamento da outorga de concessão serão destinados exclusivamente à construção de habitações populares no respectivo estado onde ocorrer a concessão”.
Ou seja, os cassinos bancariam programas de habitação do governo.
O prazo de cada concessão para a exploração da jogatina exclusivamente em resorts, do jeitinho que o pesado lobby dos jogos de azar incentiva nos corredores e gabinetes do Congresso, seria de 35 anos, renováveis por igual período.
Desde o ano passado, Jair Bolsonaro vem sendo pressionado por líderes do Centrão e pelo próprio filho Flávio a mudar de opinião sobre a legalização dos jogos de azar. Durante a campanha, o então candidato dizia que os cassinos serviam para “lavar dinheiro” e “destruir as famílias” — leia aqui. A bancada evangélica é veementemente contra os jogos.
No início deste ano, um dos parlamentares envolvidos no debate disse a O Antagonista que “os olhos do presidente brilham” quando pedem para ele imaginar a Costa Verde — litoral sul do Rio de Janeiro, onde a família Bolsonaro tem casa — repleta de cassinos à beira-mar.
Assista aqui ao nosso vídeo sobre o tema. E leia aqui uma reportagem da Crusoé.
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