O Colégio Bandeirantes, em São Paulo, é conhecido pela disciplina férrea e o ótimo desempenho dos seus alunos nos principais vestibulares. Muitos engenheiros, médicos e advogados saíram do Bandeirantes.

O colégio está no centro de uma confusão causada pelo vazamento de fichas utilizadas em reuniões pedagógicas, nas quais os professores comentam sobre os alunos. O período cobre de 2007 a 2012. O autor do vazamento seria um aluno que pegou suspensão.

O assunto foi parar na Folha de S. Paulo, visto que, nas fichas, não há apenas comentários acadêmicos. Há observações pessoais, algumas delas chocantes, como:

a) “Aluna perdeu a mãe em junho/2007. É filha adotiva, mas talvez não saiba disso.”

b) “Sofreu um abalo muito grande com a morte da avó e entrou num estado de apatia. Foi encaminhado para terapia.”

c) “Aluna parece apresentar traços de depressão e rebeldia, foi encaminhada para a terapia, mas a mãe não aceitou o encaminhamento.”

Há uma ficha em que o professor compara o aluno ao personagem imbecil “Forrest Gump”. Outra em que um estudante é criticado por usar “uma calça muito feminina”. Uma terceira diz que um aluno “tem olheiras, boca de ódio, tem cara de criança de filme de suspense”.

Hoje, o Colégio Bandeirantes pediu desculpas a alunos e pais, lamentando o vazamento e dando a entender que os comentários dos professores foram colocados fora de contexto.

O Antagonista acha que o único contexto possível para certas anotações é o da absoluta falta de respeito com os estudantes e as suas famílias. Indesculpável.